Variações espaciais e temporais dos botos-da-tainha via monitoramento contínuo do comportamento acústico

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Variações espaciais e temporais dos botos-da-tainha via monitoramento contínuo do comportamento acústico

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dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.advisor Simões-Lopes, Paulo César de Azevedo
dc.contributor.author Romeu, Bianca
dc.date.accessioned 2023-06-28T18:24:40Z
dc.date.available 2023-06-28T18:24:40Z
dc.date.issued 2022
dc.identifier.other 380781
dc.identifier.uri https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/247333
dc.description Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2022.
dc.description.abstract Os cetáceos têm sua distribuição relacionada principalmente à disponibilidade de recursos alimentares e, como outros predadores, apresentam seus ciclos circadianos associados aos de suas presas. Diferentemente de outros mamíferos, os cetáceos não podem ser classificados como diurnos ou noturnos, por se manterem ativos independente do período do dia, de modo que é necessário observá-los ao longo das 24 horas do dia para entender, em um contexto mais abrangente, como se distribuem e usam suas áreas de vida. Estudar os cetáceos através do comportamento acústico permite realizar este monitoramento contínuo, pois eles são animais que usam os sons como um elemento importante em suas vidas, seja na percepção do ambiente ou nas interações sociais. Neste sentido, implementei um monitoramento acústico passivo (MAP) para investigar a população residente de golfinhos Tursiops truncatus gephyreus em Laguna, Santa Catarina, respondendo a questões a respeito da distribuição temporal e espacial dos indivíduos. Conhecidos localmente como botos-da-tainha, eles desenvolveram um comportamento único de interagirem positivamente com pescadores artesanais na chamada pesca cooperativa. Sabemos que tal tática de forrageio influencia aspectos ecológicos e biológicos da população, mas algumas questões permanecem em aberto, como a possível influência da tática de forrageio na definição da área de vida dos botos e a distribuição deles à noite nesta área. Assim, o MAP foi implementado ao longo de 2020, monitorando a população por 2-3 dias consecutivos por estação do ano, para avaliar possíveis variações na distribuição destes animais relacionada ao período do dia, com possível influência das marés e ventos. Antes de iniciar o monitoramento, foi necessário confirmar a efetividade da taxa de amostragem a ser utilizada para gravar a ecolocalização, som de alta frequência muito usado pelos botos. A partir de gravações feitas de grupos de Tursiops truncatus, em Laguna e outras localidades em águas abertas, com taxa de amostragem de 192 kHz, testou-se se taxas de amostragem menores, de 96 e 48 kHz, também registravam a ecolocalização. Confirmou-se que tais frequências podem ser utilizadas, com perdas na gravação de partes da ecolocalização, mas ainda registrando a presença/ausência dos animais. Com isso, o MAP foi implementado utilizando-se 4-6 gravadores na área de concentração dos botos. Ecolocalização e assobios foram os indicadores da presença dos botos nos locais monitorados. Os resultados confirmaram a presença dos botos na área todos os dias, inclusive à noite e com maior probabilidade de ocupação neste período, comparado ao dia. A maré e o vento influenciam na probabilidade de ocupação dos locais monitorados, provavelmente devido à distribuição das presas e estratégias de forrageio. Para entender melhor o uso heterogêneo da área, focou-se nos indivíduos, através dos assobios assinatura. Concluiu-se que a área mais utilizada, independente do período do dia, é a porção central da área de concentração dos botos, próxima a alguns pontos de pesca cooperativa, mas não sendo centrada em nenhum deles. Assim, aparentemente a interação com os pescadores não é o fator determinante da área de vida dos botos, e as ações de conservação da população podem ser focadas na área de concentração dela.
dc.description.abstract Abstract: Cetaceans are distributed mainly according to the food resource availability and, like other predators, show circadian cycles related to their prey. Different from other mammals, cetaceans cannot be classified as diurnal or nocturnal because they keep active independently of the period of the day. In this way, it is necessary to observe them through the diel cycles to understand, in a global context, how they are distributed and use their home range. Studying cetaceans through acoustic behavior allows that continuous monitoring because they are animals that use sounds as a fundamental element in their lives, whether perceiving the environment or interacting socially. In this way, I have implemented passive acoustic monitoring (PAM) to investigate the Tursiops truncatus gephyreus resident dolphin population in Laguna, Santa Catarina, answering questions about the spatial and temporal distribution of these individuals. Locally known as ?botos-da-tanha?, they have developed a singular behavior, interacting with artisanal fishers positively in the called cooperative fishing. We know that such foraging tactic influences biological and ecological aspects of this population. But some questions remain open, like the possible influence of the cooperative fishing in the home range definition of the population and the dolphins distribution at night in that area. The PAM was implemented in 2020, monitoring the population for 2-3 consecutive days for the season to evaluate possible variations in the distribution of these animals related to the period of the day, with the tide and wind possible influence. Before starting the monitoring, it was necessary to confirm the effectivity of the sampling rate to be used to record the echolocation, high-frequency sound frequently used by the dolphins. Using recordings made from groups of Tursiops truncatus, from Laguna and other localities in open water, with a sampling rate of 192 kHz, it was tested if lower sampling rates, of 96 and 48 kHz, also recorded the echolocation. It was confirmed that such sampling rates can be used, with some loss of parts of the echolocation but registering the dolphins? presence/absence yet. Then, the PAM was implemented using 4-6 recorders in the dolphins? core area. Echolocation and whistles were the indicators of the dolphin?s presence in the monitored sites. Results confirm the dolphins? presence every day, including at night when the occupancy probability is higher than during the day. Tide and wind influence the occupancy probability on sites, perhaps due to prey distribution and foraging tactics. To better understand the heterogeneity in the use of the area, the focus was on the individuals through the signature whistles. The conclusion was that the most used area is the central part of the core area, independent of the period of the day, which is close to some cooperative fishing sites but is centered on none of them. Thus, apparently, the interaction with fishers is not a determinant factor in the dolphins? home range, and conservation actions can focus on the core area of the population. en
dc.format.extent 115 p.| il., gráfs.
dc.language.iso mul
dc.subject.classification Ecologia
dc.subject.classification Golfinho nariz-de-garrafa
dc.subject.classification Pesca artesanal
dc.title Variações espaciais e temporais dos botos-da-tainha via monitoramento contínuo do comportamento acústico
dc.type Tese (Doutorado)
dc.contributor.advisor-co Daura-Jorge, Fábio Gonçalves


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