Giovanni Gentile e a democracia fascista: a representação política totalitária

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Giovanni Gentile e a democracia fascista: a representação política totalitária

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dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.advisor Silva, Ricardo Virgilino da
dc.contributor.author Dognini, João Cláudio Eigen Facchini
dc.date.accessioned 2023-06-28T18:27:48Z
dc.date.available 2023-06-28T18:27:48Z
dc.date.issued 2023
dc.identifier.other 381913
dc.identifier.uri https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/247741
dc.description Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política, Florianópolis, 2023.
dc.description.abstract Esta dissertação tem como objetivo analisar, tanto na sua criação, justificação e aplicação, o conceito de ?democracia fascista?, avançado e defendido por uma série de intelectuais dentro do regime fascista de Benito Mussolini. A estranheza e o generalizado desconhecimento do conceito, um aparente oxímoro, fora da academia italiana mais especializada justificam o seu destrinchamento e apresentação ao universo da ciência política brasileira, especialmente nos tempos atuais onde algo pior do que a mera ignorância acomete as discussões tanto acadêmicas quanto coloquiais acerca do fascismo: a degeneração do termo a funções de militância política. Especialmente após as ?crises da democracia? de 2016 em diante, tem-se a impressão que algo a ver com o fascismo talvez esteja por trás das guinadas consideradas ?autoritárias?, uma suposta ressurreição do supremo vilão ideológico do século XX conjurado por neodiabólicos buscando suprimir algum valor caro às maiores democracias ocidentais; mas, se esse for o caso, por que não há nenhum esforço sério para esclarecer a essência do fascismo, o seu desenvolvimento e a sua relação com a democracia? A presente dissertação é empreendida nesse espírito crítico de vasculhar as ignoradas fontes primárias da literatura fascista e, por meio do conceito de democracia fascista, justamente esclarecer a relação do fascismo com a democracia. Nesse intuito, Giovanni Gentile se mostrou uma personalidade impossível de contornar devido a sua enorme influência no regime, de modo que o estudo da relação de sua peculiar e intrincada filosofia ? intitulada attualismo ou actual idealism e transmutada em uma sociologia política ? com o nascente e conturbado movimento fascista é uma etapa essencial porque possibilita apreender a medida na qual o filósofo se apoderou do pensamento de Giuseppe Mazzini, profeta semilendário do Risorgimento, no intuito de criar uma justificação ideológica para o regime totalitário em ascensão. É somente através da interpretação gentiliana do mazzinianismo que se pode compreender as dinâmicas intelectuais do regime fascista em torno do conceito de democracia fascista, em que pensadores como Bruno Spampanato, Giuseppe Bottai e Augusto Fantechi, intelectuais de uma sinistra fascista, assumiram proeminência ao tentar dar concretude, dentro do sistema corporativo, à uma tentativa de representação política radicalmente diferente do sufrágio universal das democracias liberais. Com essas operações intelectuais, Gentile e os fascistas da sinistra almejavam conceder uma legitimação histórica ao regime, pintando-o como herdeiro das expectativas e aspirações de uma longa tradição revolucionária italiana, ao mesmo tempo que antagonizavam as democracias liberais ao se proclamarem construtores de uma forma mais genuína de democracia: a democracia fascista.
dc.description.abstract Abstract: This dissertation aims to analyze, both in its creation, justification and application, the concept of ?fascist democracy?, advanced and defended by a series of intellectuals within the fascist regime of Benito Mussolini. The strangeness and generalized lack of knowledge of the concept, an apparent oxymoron, outside the most specialized Italian academy justify its unraveling and presentation to the Brazilian political science universe, especially in the current times where something worse than mere ignorance affects both academic and colloquial discussions about fascism: The degeneration of the term to functions of political militancy. Especially after the ?crisis of democracy? from 2016 onwards, one has the impression that something to do with fascism may be behind the so-called ?authoritarian? turns, a supposed resurrection of the 20th century?s supreme ideological villain conjured up by neo-diabolics seeking to suppress some value dear to the largest western democracies; but if that is the case, why is there no serious effort to clarify the essence of fascism, its development and its relationship to democracy? The present dissertation is undertaken in this critical spirit of scouring the ignored primary sources of fascist literature and, through the concept of fascist democracy, precisely to clarify the relationship between fascism and democracy. In this regard, Giovanni Gentile proved to be a personality impossible to circumvent due to his enormous influence on the regime, so that the study of the relationship of his peculiar and intricate philosophy - entitled attualismo or actual idealism and transmuted into a political sociology - with the nascent and The troubled fascist movement is an essential step because it makes it possible to apprehend the extent to which the philosopher seized the thought of Giuseppe Mazzini, semi-legendary prophet of the Risorgimento, in order to create an ideological justification for the rising totalitarian regime. It is only through the gentile interpretation of Mazzinianism that one can understand the intellectual dynamics of the fascist regime around the concept of fascist democracy, in which thinkers such as Bruno Spampanato, Giuseppe Bottai and Augusto Fantechi, intellectuals of a so-called left-wing fascism, assumed prominence when trying to give concreteness, within the corporative system, to an attempt at political representation radically different from the universal suffrage of liberal democracies. With these intellectual operations, Gentile and the sinister fascists aimed to give the regime a historical legitimation, painting it as an heir to the expectations and aspirations of a long Italian revolutionary tradition, while at the same time antagonizing liberal democracies by proclaiming themselves builders of a genuine form of democracy: fascist democracy. en
dc.format.extent 107 p.
dc.language.iso por
dc.subject.classification Sociologia política
dc.subject.classification Fascismo
dc.subject.classification Democracia
dc.subject.classification Representação política
dc.title Giovanni Gentile e a democracia fascista: a representação política totalitária
dc.type Dissertação (Mestrado)


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