Novos modelos de governança em cenários de conflito: o autogoverno de Rojava

Abstract

A presente pesquisa tem como objetivo questionar se o autogoverno de Rojava, baseado na teoria da Modernidade Democrática, se configura como uma alternativa ao modelo de governança estatal. O argumento é traçado ao longo de três capítulos: partindo de uma compreensão sobre o que é o Estado e pensando sobre outras formas de estruturação e organização do Sistema Internacional, o primeiro capítulo busca compreender a Modernidade Democrática em contraposição ao Estado teorizado por Max Weber. Em seguida, o capítulo dois trata do plano de fundo da pesquisa: o contexto de guerra civil na Síria à luz do conceito de Áreas de Estado Limitado (AEL). O terceiro capítulo é introduzido por um breve panorama sobre a questão curda e os nacionalismos curdos partidários que emergiram como resposta as violências cometidas pelos aparatos estatais durante seu processo de consolidação no Oriente Médio, seguindo para as dinâmicas de criação do autogoverno de Rojava. Realizou-se uma pesquisa qualitativa, com o uso do método hipotético-dedutivo e do process-tracing, ferramenta metodológica fundamental para o estudo de objetos sociais complexos. Ao final, explicita-se os resultados da pesquisa na conclusão.

Abstract: This research aims to investigate whether the Autonomous Administration of North and East Syria (AANES), created based on the theory of Democratic Modernity, is an alternative to the State governance model. The argument is traced over three chapters: it starts from an understanding of what the State is, followed by a ponderation about other forms of structures and organizations of the International System, the first chapter seeks to understand Democratic Modernity in opposition to the Modern State theorized by Max Weber. Then, chapter two presents the background of the research: the context of civil war in Syria through the concept of Limited State Areas (LSA). The third chapter is introduced by a brief overview of the Kurdish issue and the Kurdish nationalist parties that emerged as a response to the violence committed by state apparatuses during its consolidation process in the Middle East, moving on to the dynamics of creation of Rojava's self-government. Qualitative research was carried out, using the hypothetical-deductive method and process-tracing as a fundamental methodological tool for the study of complex social objects. At the end, the results of the research are explained in the conclusion.