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Introdução: A prevalência da obesidade mundial está em ascensão e, entre as opções terapêuticas, a cirurgia bariátrica tem se mostrado bastante efetiva na redução de peso e das comorbidades associadas. A pandemia recente de COVID-19 e a sua relação com a obesidade é alvo de estudos e há poucos dados sobre o seu impacto nos desfechos da cirurgia bariátrica.
Objetivo: Avaliar os desfechos antropométricos e metabólicos em pacientes com obesidade grau 2 e 3 submetidos à cirurgia bariátrica antes e após o início da pandemia de COVID-19.
Métodos: Estudo de coorte retrospectivo com indivíduos submetidos a cirurgia bariátrica nos anos de 2018 (Grupo 1 = antes da pandemia) e 2021 (Grupo 2 = após o início da pandemia) e acompanhados por 6 meses após o procedimento cirúrgico.
Resultados: Foram analisados 68 pacientes no total. No Grupo 1, n = 46 (67,65%), 78,3% eram do sexo feminino, com média de índice de massa corporal (IMC) 49,44 ± 8,87 kg/m² e de hemoglobina glicada (HbA1C) 6,20 ± 1,08 %, sendo que vinte indivíduos (43,5%) tinham diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e 44 (95,7%) estavam com um Homeostasis Model Assesment of Insuline Resistance (HOMA-IR) ≥ 2,7. No Grupo 2, com n = 22 indivíduos (32,35%), 81,8% eram do sexo feminino, com média de IMC 46,79 ± 5,91 kg/m² e HbA1C 6,35 ± 1,56 %, oito deles (36,4%) tinham o diagnóstico de DM2 e 16 (72,7%) apresentaram HOMA-IR ≥ 2,7. A técnica cirúrgica mais utilizada foi o Y de Roux (36 [78,3%] no Grupo 1 e 19 [86,4%] no Grupo 2). Após 6 meses do procedimento cirúrgico, observou-se maior redução de IMC no ano de 2018 do que em 2021 (13,17±3,88 kg/m² vs 10,96±2,45 kg/m², p = 0,017), porém não houve diferença estatisticamente significativa entre outros dados antropométricos ou laboratoriais na comparação dos anos em questão. Com relação à técnica cirúrgica empregada, independente do ano estudado, observou-se maior redução de peso pela técnica Sleeve do que pela técnica Y de Roux (38,82 ± 3,04 kg vs 32,65 ± 1,15 kg, p = 0,034), ao contrário da redução da HbA1C, maior em Y de Roux do que Sleeve (1,12 ± 0,15 % vs 0,38 ± 0,28 %, p = 0,034).
Conclusões: A análise dos dados não mostrou diferenças importantes nos desfechos antropométricos e metabólicos entre o período anterior e posterior à pandemia de COVID-19. Mais estudos são necessários sobre o tema e períodos mais prolongados de seguimento poderão corroborar os achados deste estudo. |
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Background: The prevalence of global obesity is ascending and, among therapeutic options, bariatric surgery has shown to be highly effective in weight decrease and obesity-related comorbidities reduction. The COVID-19 pandemic and its relation with obesity is the target of studies, and there are few data about its impacts and outcomes of bariatric surgery. Objective: To evaluate the anthropometric and metabolic outcomes on patients with class 2 and 3 obesity submitted to bariatric surgery before and after the beginning of the COVID-19 pandemic. Methods: Retrospective cohort study with individuals submitted to bariatric surgery in the year of 2018 (Group 1 = before the pandemic) and 2021 (Group 2 = after the beginning of the pandemic) and followed for 6 months after the surgical procedure. Results: 68 patients were analyzed. In group 1, n = 46 (67.65%), 78.3% were female, with average body mass index (BMI) of 49.44 ± 8.87 kg/m² and average glycated hemoglobin of 6.20 ± 1.08%, of which twenty individuals (43.5%) had type 2 diabetes (T2D) diagnosis and 44 (95.7%) had HOMA-IR ≥ 2.7. In group 2, with n = 22 individuals (32.35%), 81.8% were female, with average BMI of 46.79 ± 5.91 kg/m² and average glycated hemoglobin of 6.35 ± 1.56%, of which 8 (36.4%) had T2D diagnosis and 16 (72.7%) had HOMA-IR ≥ 2.7. The most frequent surgical technique was Roux-en-Y (36 [78.3%] in Group 1 and 19 [86.4%] in Group 2). Six months after the surgical procedure, there was a greater reduction in BMI in 2018 than in 2021 (respectively 13.17 ± 3.88 kg/m² and 10.96 ± 2.45 kg/m², p = 0.017), however, there was not a statistically significant difference between other anthropometric nor laboratorial data in comparison of the years studied. In relation to the surgical technique, independent of the studied year, a higher weight reduction was observed with the Sleeve technique than with the Roux-en-Y technique (respectively 38.82 ± 3.04 kg and 32.65 ± 1.15 kg, p=0.034), in contrast to glycated hemoglobin, higher in Roux-en-Y than Sleeve (respectively 1.12 ± 0.15% and 0.38 ± 0.28%, p = 0.034).
Conclusions: Data analyzes did not show important differences in anthropometric and metabolic outcomes between the period before and after the COVID-19 pandemic. Further studies are necessary about the theme and prolonged periods of following can corroborate with the findings of this study. |
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