Análise da farmacoterapia antimicrobiana e corticosteróide em pacientes internados por COVID-19 em Unidade de Terapia Intensiva

Abstract

Covid-19 é o termo utilizado para designar a doença respiratória causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 (do inglês Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2). O agente etiológico se tornou rapidamente uma pandemia mundial, com mais de setecentos milhões de casos notificados, e com seis milhões e novecentas mil mortes confirmadas em decorrência da doença em todo o mundo. Sua patogenicidade é mediada principalmente por quimiocinas associadas ao edema intersticial, atividade neutrofílica e dano às células alveolares. Estes mecanismo são relacionados com os principais sintomas da doença, que em casos graves desenvolvem-se até síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) e insuficiência respiratória aguda grave (IRpA). Estas manifestações clínicas, responsáveis pela internação dos pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), que comumente necessitaram utilizar protocolos de ventilação mecânica (VM) e foram submetidos a extensos protocolos farmacoterapêuticos. Este estudo analisou a utilização de antibióticos, antifúngicos e corticóides, em um grupo de 165 pacientes internados na UTI do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, em Florianópolis, Santa Catarina. Para a análise destes dados foi realizada a coleta das prescrições das três classes de medicamentos nos prontuários físicos dos pacientes. A partir da coletas das prescrições foi realizada a categorização seguindo classificação ATC/DDD da Organização Mundial da Saúde (OMS), e o cálculo do índice de consumo médio de cada medicamento através da quantidade de fármaco administrado, pelos dias de utilização e quantidade de pacientes que utilizaram cada medicamento. Após análise, foi constatado que o uso da maioria dos medicamentos estava fora dos padrões considerados adequados. Porém, concluiu-se que a utilização destes medicamentos foi essencial na prevenção de infecções oportunistas, bem como pela diminuição da necessidade de VM, especialmente considerando o caráter emergencial das interações.

Covid-19 is the therm utilized to designate the respiratory disease caused by the coronavirus SARS-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2). The etiologic agent rapidly became a global pandemic, with more than seven hundred million of reported cases, and six million and nine hundred thousand confirmed deaths as a result of the disease in all the world. It’s pathogenicity is mediated mostly by chemokines associated with interstitial edema, neutrophilic activity and damage to alveolar cells. These mechanisms are related with the main symptoms of the disease, which in severe cases develop into acute respiratory distress syndrome (ARDS) and acute respiratory failure. These clinical manifestations are responsible for the hospitalization of patients in Intensive Care Unit (ICU) that commonly need to utilize mechanical ventilation protocols (MVP) and that are submitted to extensive pharmacotherapeutic protocols. This study analyzed the utilization of antibiotics, antifungal and corticosteroids agents, in a group of 165 patients hospitalized in the ICU of Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, in Florianópolis, Santa Catarina. For the analysis of this data, prescriptions for the three classes of drugs were collected from the the patients’ physical records. From the collect of prescriptions, the categorization was performed according to the ATC/DDD classification of the World Health Organization (WHO), and the calculation of the average consumption rate of each drug trough the amount of drug administered, the days of use and the number of patients who used each drug. After analysis, it was found that the use of mostly of the drugs was outside the standards considered appropriate. However, it was concluded that the use of these drugs was essential in prevent opportunistic infections, as well as reducing the need of MVP, especially considering the emergency character of the internations.