Abstract:
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Introdução: as enfermeiras obstetras desempenham o cuidado humanizado, resultando em menos intervenções e maior satisfação materna, conquistando espaço no âmbito das políticas públicas e projetos na área da saúde da mulher, destacando-se o Projeto Parto Adequado e a Rede Cegonha, que contaram com a construção de normas, protocolos e rotinas técnicas, assim como capacitações com o objetivo de melhorar a assistência ao parto no Brasil. Objetivo: identificar a oferta de capacitações e a utilização de protocolos assistenciais na atenção ao parto e nascimento em estabelecimentos de saúde com atuação de enfermeiras obstetras no estado de Santa Catarina. Método: estudo quantitativo, transversal, de âmbito estadual, desenvolvido em ambiente virtual, realizado em estabelecimentos de saúde que registraram mais de 100 nascimentos no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos em 2019 no estado de Santa Catarina e que tinham enfermeira obstetra em seu quadro funcional. O projeto obteve aprovação de um Comitê de Ética em Pesquisa e todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: o estudo contou com a participação de 37 estabelecimentos de saúde, sendo 19 de médio porte, 34 eram hospitais gerais ou de especialidades, 46,0% eram referência para internação e parto de gestante de risco, 18,9% referência para o recém-nascido de alto risco e pouco mais da metade foi classificado como hospital misto, com leitos públicos e privados. A maioria ofertava campo para prática de ensino com destaque para os cursos de graduação em enfermagem (59,4%) e medicina (54,1%), seguido da residência médica em obstetrícia e neonatologia (18,9%), duas instituições ofereciam residência para enfermagem em obstetrícia e nenhuma em enfermagem neonatal. Quanto à participação nos programas, 40,6% possuíam a certificação de Hospital Amigo da Criança, apenas três participavam da Rede Cegonha e quatro do Projeto Parto Adequado. As enfermeiras obstetras estavam presentes 24 horas por dia em seis de cada 10 instituições participantes no serviço de Acolhimento e Classificação de Risco em Obstetrícia, no Setor de Admissão/Emergência Obstétrica ou no Centro Obstétrico/Centro de Parto Normal/Centro Cirúrgico. As obstetrizes estavam presentes em apenas 16,2% dos estabelecimentos. A oferta de capacitações para as enfermeiras obstetras ou obstetrizes nos últimos cinco anos esteve presente na maioria dos hospitais. As capacitações mais frequentes abordaram temas como reanimação neonatal em sala de parto (89,2%) e aleitamento materno (89,2%). A maioria das instituições possuía normas, protocolos clínicos e rotinas técnicas relacionadas à assistência ao trabalho de parto e parto (91,9%), hemorragia pós-parto (89,2%) e acolhimento e classificação de risco em obstetrícia (83,8%) e metade possuía normas para o atendimento de casos de distocia de ombro ou para a assistência ao trabalho de parto e parto de gestantes de risco obstétrico habitual com as enfermeiras obstétricas ou obstetrizes integrantes da equipe multidisciplinar. Conclusão: os estabelecimentos que possuíam enfermeira obstetra e/ou obstetriz contam com a oferta de capacitações e a utilização de protocolos assistenciais na atenção ao parto e nascimento no estado de Santa Catarina. |