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Introdução: O envelhecimento é um processo multifatorial e complexo determinado por fatores genéticos e não genéticos, que envolve alterações no âmbito morfológico, funcional e bioquímico e altera progressivamente o funcionamento do organismo humano interna e externamente. Algumas projeções para 2050 indicam cerca de 16,7% (1,6 bilhões) de pessoas idosas numa população global estimada em 9,4 bilhões de pessoas. O processo de envelhecimento promove mudanças significativas na resistência e potência muscular, reduzindo a força muscular. A dinapenia é definida pela diminuição da força e qualidade muscular decorrente do processo de envelhecimento, sendo ela mais relacionada a deficiências na ativação neural (central) e/ou reduções na capacidade de geração de força intrínseca da musculatura esquelética. Objetivo: Verificar a associação entre dinapenia e déficit de equilíbrio em pessoas idosas no Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo de caráter transversal. Este estudo visa avaliar a relação entre dinapenia e equilíbrio estático por meio de questionários da base de dados ELSI-Brasile pelo teste de caminhada de 6 minutos. O estudo ELSI-Brasil foi realizado em 70 municípios de cinco macrorregiões brasileiras, a população em estudo foi composta por indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos. Os instrumentos de avaliação foram extraídos do Módulo Entrevista que contém os seguintes blocos: características sociodemográficas (E) e comportamentos de saúde (L), e pelo Módulo de Medidas Físicas composto por Equilíbrio Estático (EE) e o Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6). Análise estatística: descritiva com medidas de tendência central e dispersão para as variáveis contínuas e frequências absolutas e relativas para as variáveis qualitativas. Foi investigada a relação entre o desfecho e as variáveis independentes por meio do teste t de Student ou Kruskal Wallis. Resultados: Aproximadamente, 58.26% tinham idade entre 60 a 69 anos. Em geral, 29.69% dos idosos tinham dinapenia, 60.28% conseguiu realizar o teste de equilíbrio por completo. Discussão: O TC6 mostrou-se uma boa ferramenta para utilização com idosos. Fatores socioeconômicos como a renda, estado civil, escolaridade, depressão e participação social estão ligados diretamente com a nutrição. A polifarmácia é relacionada diretamente com o déficit funcional dos idosos. O déficit auditivo está ligado com o sistema vestibular, podendo ser ligado a um fator protetivo. Tempo de hospitalização
influencia em fatores com desidratação e má nutrição. Conclusão: A partir das análises do estudo, conclui-se que fatores como a velocidade da marcha, déficit de equilíbrio, nível de atividade física e idade mostraram evidência significativa para o desfecho. A hospitalização, déficit de audição, multimorbidades e quedas tiveram evidência moderada. Já os fatores como IMC, polifarmácia, atividades sociais, renda, escolaridade, estado civil e depressão tiveram evidência indireta para o desfecho. Fatores de proteção para a dinapenia como o déficit de visão e sexo não tiveram sustentação na literatura atual, mostrando-se, até o momento, não serem dados significativos para esse estudo. Há necessidade de mais estudos para nortear o rastreio dos critérios de prevalência para a dinapenia. |
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