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As micro e pequenas empresas, geralmente, tendem a terceirizar os serviços contábeis a fim
de cumprir requisitos legais e não buscam serviços de contabilidade gerencial. Nesse
contexto, em que há ausência ou poucas informações contábeis disponíveis, surgem
abordagens como intuições, lógicas, improvisações, onde observa-se certa deficiência de
gestão nas MPEs. Este estudo tem por objetivo compreender, a partir da perspectiva de
empresários, como as micro e pequenas empresas empregam proxies informacionais como
apoio à tomada de decisão. Assim, quatro entrevistas semiestruturadas foram conduzidas com
proprietários de MPEs de diferentes áreas de atuação, abordando os seguintes tópicos: perfil
dos entrevistados, proxies de planejamento estratégico, proxies de controle financeiro e
proxies de avaliação de desempenho. Após, os dados foram submetidos à análise de conteúdo.
Disso obteve-se evidências que fundamentam a afirmativa de que o emprego de proxies
informacionais contribui para o processo de tomada de decisão gerencial. Os participantes
concordam que a contabilidade de suas organizações, terceirizada, produz eficientemente
demonstrativos para suprir quesitos fiscais e legais, e os resultados mostram que há diferentes
percepções sobre a atuação da contabilidade para fins gerenciais. É observado o emprego de
mecanismos alternativos aos artefatos tradicionais de contabilidade gerencial, como controles
financeiros informais para acompanhamento do aumento de vendas e de faturamento, análise
de feedbacks de clientes para observação da satisfação e da qualidade do processo, bem como
o acompanhamento do fluxo de caixa, que é utilizado para promover sistemas de recompensa
e de verificação do desenvolvimento do negócio. Este trabalho limita-se ao estudo de quatro
gestores de micro e pequenas empresas, não permitindo que as conclusões sejam
generalizadas. A partir das limitações deste estudo recomenda-se observar, em pesquisas
futuras, como a utilização de proxies informacionais reflete na gestão e no desempenho das
empresas de pequeno porte .O estudo contribui com os gestores indicando a possibilidade de
se utilizar de uma “contabilidade sem contabilidade”, e apresenta aos escritórios contábeis
outra forma de suprir as necessidades de contabilidade gerencial de seus clientes. |
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