Uso de resíduo de papelão na propagação vegetativa de espécies florestais

Abstract

O lodo de papel, é um subproduto gerado no processo de fabricação de papel a partir de fibras de celulose. Diversas abordagens têm sido exploradas para seu reaproveitamento. Nesse sentido, acredita-se que o resíduo de papelão pode servir como um material alternativo para produção de mudas, possibilitando uma destinação útil para o resíduo, gerando economia à indústria e ao produtor de mudas, e trazendo boas respostas de propagação das espécies avaliadas. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o uso de resíduo da indústria de papelão beneficiado como substrato na propagação vegetativa de espécies florestais. O lodo foi processado e separado em peneiras de inox com quatro diferentes granulometrias, sendo elas de 1; 2; 3,3 e 4,8mm. As diferentes granulometrias foram misturadas ao substrato comercial na proporção de 1:1 (v/v) e acondicionadas em bandejas de isopor de 128 alvéolos. Foram testadas quatro espécies florestais (Quercus acutíssima, Eucalyptus dunni, Ocotea porosa e Ilex paraguariensis) nas quatro granulometrias. Os cultivos foram avaliados aos 30 e 60 dias quanto à porcentagem de sobrevivência, de calo, de brotação e de enraizamento, bem como o comprimento das raízes adventícias. Quercus acutissima foi a espécie que demonstrou maiores valores de enraizamento na granulometria de 2 mm, mas sem diferir estatisticamente das granulometrias de 1 e 3,3 mm. Já a granulometria de 4,8 mm resultou na menor porcentagem de enraizamento. Já a espécie Eucalyptus dunni mostrou, claramente, ser mais adaptável a granulometria maior, mostrando um resultado superior a 60% das estacas enraizadas na granulometria de 4,8 mm, e conforme se diminui a granulometria, também diminui a porcentagem de enraizamento. Neste sentido, os resultados se mostraram positivos para a produção de mudas por propagação vegetativa. O lodo de papel pode ser uma opção muito rentável para viveiros florestais, requerendo mais estudos para uma definição mais eficiente.

Paper sludge is a byproduct generated in the paper manufacturing process from cellulose fibers. Various approaches have been explored for its reuse. In this regard, it is believed that paper sludge can serve as an alternative material for seedling production, providing a useful destination for the waste, generating cost savings for the industry and seedling producers, and achieving favorable propagation responses for the evaluated species. Therefore, the present study aimed to evaluate the use of processed paper sludge from the cardboard industry as a substrate in vegetative propagation of forest species. The sludge was processed and separated into stainless steel sieves with four different particle sizes: 1, 2, 3.3, and 4.8 mm. The different particle sizes were mixed with commercial substrate at a 1:1 (v/v) ratio and placed in a 128-cell polystyrene tray. Four forest species (Quercus acutissima, Eucalyptus dunni, Ocotea porosa, and Ilex paraguariensis) were tested with the four particle sizes. The cultures were evaluated at 30 and 60 days for survival percentage, callus formation, sprouting, rooting, and the length of adventitious roots. Quercus acutissima showed higher rooting values in the 2 mm particle size, but without statistical difference from the 1 and 3.3 mm. particle sizes. The 4.8 mm particle size resulted in the lowest rooting percentage. On the other hand, Eucalyptus dunni clearly demonstrated greater adaptability to larger particle sizes, with over 60% rooting in the 4.8 mm particle size, and as the particle size decreased, the rooting percentage also decreased. The results were positive for seedling production through vegetative propagation. Paper sludge can be a highly profitable option for forest nurseries, but further studies are needed for a more efficient definition.