O debate de gênero e sexualidade na formação em serviço social.

Abstract

O presente trabalho teve como objetivo analisar e compreender como o debate de gênero e sexualidade estão sendo abordadas durante a formação em Serviço Social, a fim de defender a importância da sua incorporação durante o processo formativo. Como meio de alcançar este objetivo optou-se por realizar uma pesquisa qualitativa, bibliográfica e documental. Tivemos como base os documentos oficiais gerados pelos órgãos regulamentadores da profissão, a fim de compreender o direcionamento dado a respeito da temática para a formação e para a atuação profissional. O passo seguinte foi delimitar quais seriam as instituições alvos da pesquisa, estas foram as seis universidades federais do sul do Brasil que possuem o curso de Serviço Social. Para a análise, tive como orientadores os seguintes tópicos: há a oferta de disciplinas referentes à temática, qual a modalidade de oferta desta disciplina — obrigatória ou optativa — por disciplina específica ou em conjunto com outras temáticas, além de analisar os planos de ensino das respectivas disciplinas. A fim de obter tais informações contatou-se as universidades em questão, assim como acessei os documentos disponíveis em páginas oficiais, dentre eles os Projetos Pedagógicos dos cursos. Em síntese geral, para embasar a análise e as conclusões, partiu-se da contextualização e conceituação de gênero e sexualidade, seus passos iniciais no Brasil e no Serviço Social brasileiro. Além de discutir as vertentes feministas mais proeminentes, para então seguir para a pesquisa realizada com as universidades e com a análise dos conteúdos das disciplinas ofertadas pelas universidades. Os resultados obtidos afirmaram a possibilidade de inconstância da presença da temática durante a formação, já que a disciplina é ofertada optativamente por algumas instituições. Portanto, após a análise realizada, identificou-se haver a necessidade de incluí-la como componente curricular obrigatório, a fim de garantir a discussão da temática durante o processo formativo. Como alternativa, apresento perspectiva que defendo para um processo de formação que amplie e direcione para uma intervenção profissional alinhada ao projeto ético-político, condizente com as expressões da questão social e que coopere coletivamente com mudanças nas estruturas sociais.