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A expressão cálculo mental se encontra presente em documentos curriculares e em programas de ensino para a escola primária e secundária brasileira, desde o século XIX, podendo apresentar diferentes definições e estratégias de ensino. A pesquisa, que aqui se apresenta, caminhará pelos anos de 2002 até 2007, período no qual a educação básica era norteada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), e utilizava-se o livro, "Lógica do Cálculo 2", em escolas do Paraná, especificamente em uma escola do município de Maripá. Buscar compreender o uso do cálculo mental na prática docente dos professores que ensinaram matemática, em outros tempos, fez com que se orbitasse por entre cadernos, livros didáticos e todo tipo de documentação escolar, que se tornaram as fontes primordiais desta narrativa. O estudo teve como objetivo caracterizar os fundamentos e estratégias de cálculo mental da adição e subtração, na obra "Lógica do Cálculo 2" destinada à 2ª série do Ensino Fundamental I, apresentados segundo os estudos de Thompson (2010), Boaler (2018), Humphreys e Parker (2019) e Berticelli e Zancan (2021; 2023), na qual se reconhece a teoria de Jean Piaget e suas contribuições com os conceitos de assimilação, acomodação, equilibração e os argumentos operatórios: identidade, compensação, e reversibilidade. Estes, adicionados à pesquisa, após entrevista com uma das autoras do livro didático em análise. A História Cultural, nosso referencial teórico metodológico, baseia-se nos estudos de Choppin (2004), que considera os livros como fontes de pesquisa histórica, e Valente (2008), que traz as investigações em História da educação matemática indissociáveis do livro didático, os quais estarão sempre envolvidos por uma cultura escolar (Julia, 2001), repleta de apropriações e representações (Chartier, 2002). A pesquisa indicou que as atividades de adição e subtração favorecem o desenvolvimento do sentido do número por parte do aluno, bem como a construção dos argumentos operatórios necessários para o desenvolvimento do raciocínio lógico em crianças de 7-8 anos, ou seja, aquelas que se encontram, segundo Jean Piaget, na transição do pensamento pré-operatório para o pensamento lógico concreto. |
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