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O uso de recursos ergogênicos tem se tornado um importante aliado para a conquista dos
objetivos dos praticantes de musculação. Em paralelo, o consumo inadequado pode trazer
efeitos adversos à saúde. O objetivo do presente estudo foi relacionar o uso de recursos
ergogênicos nutricionais e farmacológicos aos objetivos almejados por praticantes de
musculação. Para isso, foi realizado um estudo com delineamento transversal com alunos que
possuem a musculação como principal atividade realizada em uma academia de Florianópolis,
Santa Catarina. A coleta foi realizada por meio de um questionário. O uso de recursos
ergogênicos nutricionais e farmacológicos, assim como o principal objetivo com a prática de
musculação foram autorrelatados. Adicionalmente, foram coletadas informações referentes ao
sexo, idade, escolaridade, imagem corporal, tempo de prática ininterrupto, indicações do uso
dos recursos ergogênicos, auto avaliação de conhecimento acerca dos recursos utilizados
(benefícios e malefícios), despesa financeira mensal em recursos ergogênicos e nível de
satisfação com resultados obtidos pela suplementação. Na análise de dados, empregou-se a
estatística descritiva, frequências absolutas e relativas, média, desvio padrão, mediana e
intervalo interquartil) e a estatística inferencial (ANOVA, Kruskal-Wallis e Qui-quadrado de
Pearson). Participaram do estudo 99 adultos, em sua maioria, do sexo masculino (56,6%), e
com médias de idade de 26,7 (± 6,5) anos e com tempo de prática de musculação de 18 meses
(IQR=7; 48). Um total de 26,3% da amostra relatou não utilizar recursos ergogênicos, enquanto
60,6% utilizavam apenas recursos ergogênicos nutricionais e 13,1% utilizavam recursos
ergogênicos nutricionais e farmacológicos. Dentre os objetivos almejados, os mais citados
foram estética (56%) e saúde (25%). Não foram encontradas associações significativas entre os
diferentes objetivos almejados com a prática de musculação e a utilização ou não de diferentes
recursos ergogênicos. O uso de carboidratos se deu com maior frequência em quem almejava
desempenho esportivo, estética e condicionamento físico, quando comparado a quem almejava
somente saúde (valor p = 0,03). Em contrapartida, o uso de moduladores seletivos de receptores
androgênicos (SARMS) esteve presente em quem relatou almejar saúde (valor p = 0,05).
Indivíduos que faziam uso de recursos ergogênicos nutricionais e farmacológicos apresentaram
um tempo de prática significativamente maior que aqueles que não utilizavam recursos
ergogênicos e aqueles que usavam somente nutricionais (valor p = 0,05). As percepções de
silhuetas atual e ideal diferiram significativamente entre os grupos, sendo que os consumidores
de recursos ergogênicos farmacológicos e nutricionais, percebiam-se com maiores silhuetas
(valor p = 0,02), bem como, almejavam ser maiores também (valor p = 0,05). Concentrados
proteicos e metabólitos de proteína foram os suplementos mais citados, representando 84,5% e
64,8% dos usuários, respectivamente, com um investimento mensal declarado mediano de
R$180,00 (IQR=100 - 250). O nível alto de conhecimento sobre benefícios (45,1%) e mediano
(33,8%) para malefícios foram os mais citados para os recursos nutricionais. Testosterona
(84,6%) foi o recurso farmacológico mais utilizado pelos consumidores de recursos
ergogênicos nutricionais e farmacológicos, utilizados principalmente por iniciativa própria
(46,1%), apresentando um investimento declarado de R$200,00 (IQR= 120 - 280). O nível
baixo de conhecimento sobre benefícios (38,4%) e malefícios (30,7%) foram os mais citados
para os usuários de recursos ergogênicos nutricionais e farmacológicos. Conclui-se que, embora
o uso de recursos ergogênicos nutricionais e farmacológicos não estejam associados aos
objetivos almejados por praticantes de musculação, algumas outras variáveis, como o tempo de
prática de musculação e a imagem corporal, apresentaram forte relação com o desfecho. Além
disso, tipos específicos de recursos ergogênicos estiveram associados aos diferentes objetivos
destes praticantes. |
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