Subsidiando estratégias para educação permanente em saúde: simulação in situ em unidade de pronto atendimento

Abstract

O desenvolvimento de simulações no próprio ambiente de trabalho, denomina-se simulação in situ, esse tipo de simulação pode ser direcionado ao treinamento de um evento específico, tal como a parada cardiorrespiratória. O presente estudo teve o objetivo analisar a simulação in situ como uma estratégia de Educação Permanente em Saúde para Unidade de Pronto Atendimento. Trata-se de uma pesquisa de métodos mistos, explanatória sequencial, priorizando a etapa quantitativa (QUAN ? qual), realizada em uma Unidade de Pronto Atendimento 24 horas, em um município do meio-oeste de Santa Catarina, Brasil, com a participação de oito enfermeiros e treze técnicos em enfermagem. Os dados foram obtidos por meio de questionário aplicado pré e pós-simulação, filmagens, debriefing e entrevistas em profundidade. Na etapa quantitativa, a simulação in situ não apresentou modificações significativas quanto ao conhecimento pré e pós-simulação. O local de posicionamento das mãos para realização das compressões cardíacas e o manejo do Desfibrilador Externo Automático tiveram maior número de erros. Dentre as potencialidades analisadas a partir das filmagens, estão acionar ajuda em tempo oportuno e correta administração de medicação. Na etapa qualitativa, os dados foram inseridos no software para análise de dados ATLAS.Ti, originando os codes: filmagem, simulação, equipe, câmera, ansiedade, nervosismo, desconforto, avaliação, segurança e desafio e foram organizados em quatro categorias analíticas. Desorganização do atendimento, dificuldades gerais, realização das compressões cardíacas, uso de medicação, dúvidas sobre como atuar, necessidade de treinamentos, ausência de liderança e necessidade de estudar mais foram apontadas pelos participantes como fatores importantes na organização e nos atendimentos às paradas cardiorrespiratórias. A simulação in situ mostrou-se uma estratégia de educação permanente viável do ponto de vista operacional. Para os participantes deste estudo, o uso das filmagens foi percebido como um estressor, apesar de reconhecido como fonte de auto análise. As condutas profissionais, por sua vez, apontaram que as compressões cardíacas de alta qualidade são uma grande vulnerabilidade dos participantes, além da ausência de Educação Permanente em Saúde no local.

Abstract: The development of simulations in the work environment itself, called in situ simulation, this type of simulation can be directed to the training of a specific event, such as cardiac arrest. The present study aimed to analyze the in situ simulation as a permanent health education strategy for an emergency care unit. This is a mixed methods, sequential explanatory research, prioritizing the quantitative stage (QUAN ? which), carried out in a 24-hour Emergency Care Unit, in a municipality in the midwest of Santa Catarina, Brazil, with the participation of eight nurses and thirteen nursing technicians. Data were obtained through a questionnaire applied pre and post-simulation, filming, debriefing and in-depth interviews. In the quantitative stage, the in situ simulation did not show significant changes in terms of preand post-simulation knowledge. The location of hand positioning to perform cardiac compressions and the handling of the Automated External Defibrillator had the highest number of errors. Among the potentialities analyzed from the filming, are triggering help in a timely manner and correct administration of medication. In the qualitative stage, data were entered into the software for qualitative data analysis ATLAS.Ti, originating the codes: filming, simulation, team, camera, anxiety, nervousness, discomfort, evaluation, safety and challenge and were organized into four analytical categories. Service disorganization, general difficulties, carrying out cardiac compressions, medication use, doubts about how to act, need for training, lack of leadership and the need to study more were pointed out by the participants as important factors in the organization and care for cardiorespiratory arrests. The in situ simulation proved to be a viable permanent education strategy from an operational point of view. For the participants of this study, the use of filming was perceived as a stressor, despite being recognized as a source of self-analysis. Professional conduct, in turn, pointed out that highquality cardiac compressions are a great vulnerability of the participants, in addition to the absence of Permanent Health Education in the place.