Abstract:
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Introdução: A atuação de enfermeiras obstetras na atenção ao parto é recomendada internacionalmente pela OMS e no Brasil pelas políticas públicas na área de saúde da mulher, em especial a Rede Cegonha, a fim de implementar um modelo de atenção ao parto centrado na mulher como alternativa ao modelo vigente, marcado por elevados índices de intervenções, que repercutem sobre a saúde das mulheres e de seus filhos. Os indicadores nacionais mostram que a atuação das enfermeiras obstétricas na atenção ao parto ainda é incipiente e no estado de Santa Catarina praticamente desconhecida. Objetivo: Identificar a presença e atuação de enfermeiras obstétricas na atenção ao parto e nascimento em instituições hospitalares no estado de Santa Catarina. Método: Estudo de corte transversal, de âmbito estadual, realizado em ambiente virtual, de forma não presencial, com estabelecimentos de saúde que registraram 100 ou mais nascimentos pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos no ano de 2021 em Santa Catarina. A coleta de dados foi realizada entre janeiro de 2021 e agosto de 2023, por meio de entrevista telefônica, com aplicação de um questionário à enfermeira responsável pelo serviço da maternidade, contendo perguntas fechadas sobre as características da instituição, a estrutura física, os recursos materiais, os recursos humanos, informações sobre a presença e atuação da enfermeira obstétrica na atenção ao parto e nascimento, indicadores da assistência. Foram identificadas 88 instituições, sete foram excluídas pelo fechamento dos serviços ou por não atenderem 100 nascimentos/ano no momento da coleta de dados, 17 não possuíam enfermeiras obstetras, houve 13 recusas, um estabelecimento ainda em contato, duas instituições aguardam os trâmites éticos para a coleta de dados e participaram 48 estabelecimentos de saúde. O projeto obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humano da UFSC, sob o CAAE n° 49470621.1.0000.0121. Resultados: A presença da enfermeira obstetra foi observada em 54,54% dos estabelecimentos de saúde contactados, em 62,5% das instituições participantes ela esteve presente nas 24 horas do dia no Centro Obstétrico, Centro de Parto Normal ou Centro Cirúrgico. Ela atua de forma autônoma (10,4%) ou como parte integrante da equipe multidisciplinar durante a evolução do trabalho de parto (72,9%) e presta assistência a todas as gestantes, independente do risco obstétrico (64,6%). Na assistência realiza sempre ou às vezes a ausculta dos batimentos cardíacos fetais (77,1% e 16,5%), o toque vaginal (39,6% e 52,1%) e o registro no partograma (41,6% e 20,8%). Conclusão: As enfermeiras obstetras estão presentes em metade dos estabelecimentos de saúde em Santa Catarina e atuam na atenção ao parto e nascimento. |