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Introdução: o período pós-parto corresponde à regressão física gravídica, nela, se entrelaçam diversas mudanças orgânicas, psicoemocionais e sexuais. Este cenário envolve conhecimentos voltados para a saúde sexual e reprodutiva, envolvendo a aceitação de diferentes expressões sexuais, autonomia e protagonismo da mulher para tomar decisões sobre o uso do seu corpo, que pressupõe a igualdade de gênero. Estes conhecimentos vão ao encontro dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, uma vez que o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, alcance da igualdade de gênero e empoderamento de todas as mulheres e meninas, estão entre suas metas.Objetivo: identificar a influência do período pós-parto na vivência da sexualidade feminina.Questão de pesquisa: o período pós-parto impacta na vivência da sexualidade feminina?Método: pesquisa de campo com abordagem qualitativa, desenvolvida com mulheres que vivenciaram o puerpério a partir de 2017 e que possuem vida sexual ativa. Como técnica de produção de dados, foi utilizada a entrevista semiestruturada, analisada de acordo com a Análise Temática. Foram respeitados todos os aspectos éticos, e a produção dos dados iníciou após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos.Resultados: tem-se o total de 19 participantes trazendo diferentes vivências sobre o objeto de estudo. Para melhor compreensão, dividiu-se as respostas em duas categorias, sendo ‘Sexualidade Feminina’ e ‘A via de parto e a importância das orientações sobre sexualidade no puerpério’. Foi constatado que as participantes compreendem que a sexualidade se estende para além do sexo, atuando em diversas áreas da vida e que apesar da importância dela em suas vidas, durante o puerpério, essa prática tem sido reduzida por diversos motivos, como cansaço, baixa libido, dispareunia e amamentação. A via de parto, seja normal ou cesárea, mostrou-se como um influenciador da sexualidade feminina no puerpério, gerando desconfortos na recuperação dos pontos de laceração e cesárea e também atuando na autoestima dessas mulheres, mostrando que a escolha da via de parto não elimina a possibilidade de disfunções sexuais no puerpério. Evidenciou-se uma falha referente às orientações sobre o retorno das atividades sexuais no puerpério, corroborando com o impedimento de algumas práticas sexuais e com o medo de engravidar.Considerações: conclui-se que a vivência da sexualidade no puerpério é singular para cada mulher. Reforça-se que para um melhor retorno das práticas sexuais, é importante que o tema da sexualidade seja trabalhado com a gestante e sua parceria desde o pré natal, tirando possíveis dúvidas e medos relacionados ao tema. De modo geral, o estudo alcançou seus objetivos e espera-se que mais estudos sejam realizados sobre o presente tema, bem como sirva de subsídios para a assistência de enfermagem, uma vez que é necessário maior investimento para empoderar as mulheres acerca da sua sexualidade durante o pós-parto. |
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