Inventariação do patrimônio geológico e levantamento de dados aerofotogramétricos dos diques básicos do litoral catarinense e geração de banco de dados consistidos para divulgação da geodiversidade e desenvolvimento de georoteiros

Abstract

Este trabalho aborda o processo de inventariação de geossítios, dando ênfase nas análises de afloramento e sua respectiva validação como patrimônio geológico. Visando a promoção do turismo de base científica e a geoconservação, a organização de informações geológicas, dados bibliográficos e sua posterior espacialização desempenham um papel fundamental para a construção de uma base sólida para a promoção do turismo científico. Em um contexto geral, este trabalho está vinculado a projetos de pesquisa como o “Georoteiros na região litorânea de Santa Catarina: turismo de base científica e ações de geoconservação”, mas com enfoque principal no Enxame de Diques Florianópolis (EDF) vinculado à Província Magmática do Paraná (PMP). O objetivo central do trabalho foi criar um banco de dados geológicos que integrasse informações sobre a geologia e geodiversidade do EDF, com ênfase nos diques básicos localizados no Cabo de Santa Marta, litoral sul do Estado. Os resultados revelaram que essas rochas são essenciais para a compreensão da quebra do supercontinente Gondwana e a formação do Oceano Atlântico Sul. Porém, a correlação dos diques costeiros com os derrames de lavas da Serra Geral não é evidente para os turistas leigos, esta pesquisa enfatiza a importância da geocomunicação afim de transmitir informações e despertar o interesse dos visitantes pela riqueza da história da Terra que está registrada ao longo do litoral e sobretudo na referida região. A área do Farol de Santa Marta demonstrou potencial turístico, científico, educacional e cultural, mas carece de dados que atraiam o público interessado em turismo de base científica. Ações de geocomunicação e divulgação em parceria com o projeto @SC.Divulgeo são valiosas para a expansão do conhecimento através de conteúdos e vídeos postados em redes sociais. A interconexão dos diques básicos com os grafismos e oficinas líticas dos povos originários sambaquieiros amplia o valor cultural e histórico deste patrimônio. A melhor forma de preservar este patrimônio é através da divulgação, educação geológica e conscientização entre os turistas que visitam a região. A experimentação da compreensão de parte da evolução da Terra e seus vínculos com a atualidade enriquece ações de geoconservação onde a preservação está intimamente ligada ao conhecimento e apreciação.