Abstract:
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A partir de Teoría en tránsito. Arqueología de la crítica y la teoría literaria españolas de 1966 a la posdictadura, de Max Hidalgo, este relatório expõe as atividades de pesquisa da bolsista 2 (dois) do projeto Teorias viajantes: Histórias da Teoria Literária no Brasil e suas correlações com América Latina (1986-2000), em vigência durante o período de agosto de 2022 a setembro de 2023. Foi objetivo do projeto, a criação de um banco de dados das práticas de ensino da Teoria Literária (TL) no Brasil, durante o período de 1986 a 2000, na USP. A partir da metodologia qualitativa e de análise de arquivos disponíveis no Arquivo Geral da USP e de um dossiê da Revista Literatura e Sociedade, ressaltamos questões vinculadas às disciplinas de TL na USP em um recorte de 1959 a 2000. Esta pesquisa visa responder às seguintes questões: (1) qual foi o impacto da (re)democratização na disciplina de TL na USP; (2) quais teorias eram mais relevantes durante o período da (re)democratização na USP?; e (3) as nano-intervenções de professores endossaram ou se colocaram em posição contrária às ementas das disciplinas de TL? Obtivemos como resultado que Antonio Candido concebeu essas disciplinas em um eixo de instrumentalização, sistematização e análise de caso(s); buscando ressaltar como as questões principalmente sociais, mas também ligadas à pessoa que escreve ou lê, acabam tornando-se elemento interno à obra. As gerações seguintes, principalmente durante a Ditadura Civil-Militar, passarão a enfocar nos aspectos ligados à figura dos sujeitos (principalmente o que escreve), encaminhando-se para teorias ligadas à Estilística, a Psicanálise e a Criação Literária. É relevante dizer que a década de 1990 parece retomar a questão social com mais força, mas sem abdicar da autonomia da literatura. Abordamos também a questão da UNICAMP e da UFSC que se tornam espécies de braços da USP, a primeira por ter Candido como Diretor do IEL-UNICAMP; e a segunda, na medida em que o Grupo USPiano consegue implementar uma reforma curricular naquela universidade. Por fim, percebemos uma linha de influências, principalmente indiretas, da Semana de Arte Moderna (SAM) e do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova na USP. No caso da TL, essa influência se mostra na necessidade de se pautar o indivíduo; na interdisciplinaridade; numa relação de consenso, marcada entre a elite e o povo, e no âmbito teórico, entre a sociedade e a obra. Hipotetizamos, também, que a UFSC se torna um terreno fértil para a parte integralista da SAM, que fica no terreno USPiano, mas é questionado pelo Grupo da TL na USP; entretanto, quando chega à UFSC, a situação se modifica e o ultra-nacionalismo e o super-regionalismo, que marcaram os diferentes grupos da SAM, se fundem ao regional-nacionalismo presente em Santa Catarina, o que permitirá que os USPianos se sustentem na UFSC, mas sem conseguir inserir Literatura Comparada no currículo. |