Preparação de tecidos de algodão para o processo de tingimento por via enzimática

Abstract

A indústria têxtil desempenha um papel fundamental na economia global, mas também é conhecida pelo seu impacto ambiental significativo, devido aos processos químicos intensivos e ao consumo de água. Nos últimos anos, cresceu o interesse em alternativas mais sustentável e ecologicamente responsáveis para os métodos tradicionais de processamento têxtil. Este estudo visa desenvolver métodos enzimáticos para a preparação de tecidos de algodão, com foco em biopurga, biodesengomagem e bioalvejamento, substituindo processos químicos agressivos por abordagens mais sustentáveis baseadas em enzimas. Foram realizados ensaios para determinar a atividade de diferentes enzimas, como celulase, pectinase, glicose oxidase e alfa-amilase, nas condições de processo. Foram conduzidos testes de biodesengomagem e avaliação de remoção de pectina. A influência do surfactante nas atividades enzimáticas foi investigada. Os resultados mostraram que a adição de surfactante aumentou a atividade da celulase, melhorando seu acesso ao substrato têxtil. No caso, da pectinase, a atividade foi maior na ausência de surfactante, sugerindo que o mesmo, afetou a interação entre enzima e pectina. Para glicose oxidase, o surfactante aumentou significativamente a atividade da enzima, melhorando sua estabilidade. Na alfa-amilase, a atividade também aumentou com o surfactante, devido à melhor hidratação do amido solúvel. A análise de remoção de pectina mostrou que o método enzimático foi mais eficaz que o método oxidativo. A desengomagem enzimática obteve uma pontuação de 8 na escala Tegewa, indicando uma quase ausência de amido na superfície das fibras, enquanto o método oxidativo resultou em uma concentração residual, indicando uma concentração residual de amido maior.