Complexo polieletrolítico carregado com ftalocianina de zinco (II) direcionado com biotina como alternativa para terapia fotodinâmica

Abstract

Métodos alternativos para tratamento de câncer vem sendo explorados em conjunto com o desenvolvimento de sistemas de liberação de fármacos. A terapia fotodinâmica (TFD) é uma das estratégias adotadas, a qual se baseia na indução de morte celular causada por espécies reativas de oxigênio (EROs), que são produzidas após a ativação do fotossensibilizador (FS), através da absorção de luz de um comprimento de onda específico. Em geral, os FS são moléculas hidrofóbicas, sendo pouco solúveis e inativas em TFD quando aplicadas em sua forma livre no organismo, havendo a necessidade de seu encapsulamento em sistemas de liberação. Dessa maneira, nesse trabalho realizou-se a síntese e caracterização físico-química de um sistema de liberação nanoestruturado, destinado ao encapsulamento do FS, a ftalocianina de zinco (ZnPc). O sistema de liberação baseou-se na formação de um complexo polieletrolítico (CPE), composto por dois polímeros: (i) o PAIm-12: poliácido acrílico funcionalizado com 1-(3-aminopropil)-imidazol, alquilado com 1-bromododecano; e (ii) a N,N,N-trimetilquitosana, funcionalizada com biotina. As estruturas sintetizadas foram caracterizadas através de técnicas espectrais de RMN H1 e IV. A ZnPc foi encapsulada no interior do CPE, dando origem ao formulado PAIm-12-ZnPc-Bio-TMC. As medições de espalhamento dinâmica de luz (DLS) confirmam o tamanho hidrodinâmico da nanoestrutura de aproximadamente 260 nm. Estudos fotofísicos demonstraram uma redução do rendimento quântico de fluorescência da ZnPc após encapsulamento. Estudos cinéticos utilizando como fonte de iluminação um laser vermelho (λ = 660 nm, 100 mW cm-2) mostraram que a ZnPc é capaz de produzir EROs mesmo após encapsulamento. Os resultados evidenciaram então o potencial do sistema PAIm-12-ZnPc-Bio-TMC para utilização em procedimento de TFD, visando como próximas etapas o desenvolvimento do projeto em experimentos biológicos in vitro e in vivo.