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Esta pesquisa consiste na descrição e análise de dados relacionados ao fenômeno da haplologia no português de São Tomé e Príncipe. Além do português, língua oficial desde 1975, em STP são faladas quatro línguas crioulas lexificadas pelo português: santome (ou forro), angolar e lung’Ie, línguas autóctones, e o kabuverdianu, língua nativa de Cabo Verde. (SCHUCHARDT, 1889; GÜNTHER, 1973; FERRAZ, 1979; MAURER, 2009; HAGEMEIJER, 2009). Partindo de uma lista de 13 expressões gravadas in loco (AGOSTINHO, BALDUINO, 2016), que possuem sequência de sílabas com os fonemas /t#t/, /d#d/ e /t#d/, contexto propício para supressão de sílaba causada por haplologia no Português Brasileiro (SILVEIRA, 1971; ALCKMIN e GOMES, 1982; TENANI, 2003), realizou-se a gravação, organização, etiquetagem, transcrição e análise acústica e quantitativa de dados orais de 6 informantes falantes de português de STP, totalizando 234 dados. Os resultados revelaram quatro categorias distintas: (i) ausência de alteração (X), (ii) ocorrência de haplologia (H), (iii) apagamento de vogal (AV) e (iv) apagamento de consoante (AC). Em ambiente controlado, 77,4% dos dados do PST e 72,6% do PP não apresentaram nenhum tipo de apagamento. O apagamento de vogal (AV) contou com 14 ocorrências (12,2%) no PST e 15 ocorrências (12,8%) no PP, seguido da haplologia (H), com 8 ocorrências (7%) no PST e 16 ocorrências (13,7%) no PP, e apagamento de consoante (AC), com 4 ocorrências (3,5%) no PST e 1 ocorrência (0,9%) no PP. Embora o percentual de realizações tenha sido baixo, é notável as variações fonéticas inter e intraindividual da produção de haplologia, apagamento de vogal e de consoante. Ademais, o contexto que mais propiciou apagamento foi /d#d/. |
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