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Introdução: O hábito de cozinhar vem sendo estimulado para promover o consumo de alimentos in natura, minimamente processados e preparações culinárias à base destes, em substituição a alimentos ultraprocessados (AUP). São classificados como AUP pizzas pré-preparadas, sopas e macarrões instantâneos, que podem substituir uma refeição; mas margarina, embutidos e temperos prontos também são AUP, e podem ser utilizados como ingredientes de preparações culinárias caseiras comprometendo sua qualidade nutricional. A ingestão excessiva de AUP tem sido relacionada ao aumento de doenças crônicas não transmissíveis em vários países do mundo, nas mais variadas faixas etárias. Objetivo: Este estudo buscou caracterizar a disponibilidade de alimentos in natura/minimamente processados, processados e ultraprocessados nos domicílios familiares em que filhos adolescentes se envolvem no ato de cozinhar, bem como a utilização de alimentos ultraprocessados como ingredientes de uma preparação culinária. Métodos: Os alimentos foram identificados por meio de inventário e classificados conforme a extensão e propósito do processamento industrial em quatro grupos: in natura e minimamente processados; ingredientes culinários processados, processados e ultraprocessados. Posteriormente, os alimentos ultraprocessados foram categorizados como ‘passível de ser ingrediente de uma preparação’ ou ‘opção conveniente’ (substituto de refeição). Resultados: Foram realizadas um total de seis visitas, uma em cada domicílio. Foi inventariado um total de 1983 alimentos, destes 59% (n=1179) foram classificados em in natura/minimamente processados, 4,9% (n=97) em ingredientes culinários processados, 3,9% (n=77) em processados e 31,8% (n=630) em ultraprocessados. Do total de 630 ultraprocessados, 42,5% (n=268) foram classificados como opção conveniente e 57,5% (n=362) como passível de ser ingrediente de preparação culinária. Conclusão: Conclui-se que apesar da alta disponibilidade de alimentos in natura e minimamente processados, os alimentos ultraprocessados também estavam disponíveis em quantidade elevada nos domicílios das participantes do estudo. O que ilustra que mesmo em domicílios em que as mães se preocupam em envolver os filhos nas atividades culinárias e que possuem o hábito de produzir refeições caseiras com frequência a disponibilidade de alimentos ultraprocessados pode ser expressiva. Assim, destaca-se que apenas aumentar o preparo de refeições em casa pode não ser suficiente para evitar o uso dos alimentos ultraprocessados e ações focadas no fortalecimento e preservação das habilidades culinárias, priorizando ingredientes in natura e minimamente processados, além de estimular escolhas mais saudáveis no momento da compra de alimentos podem ser necessárias |
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