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A partir do século XVIII na Inglaterra, a História como área de estudos cresceu
exponencialmente, juntamente ao advento da burguesia. Entre os séculos XVIII e XIX,
inúmeras obras de temas historiográficos são públicadas, sendo à primeira vista escritas por
autores do sexo masculino, mas que, ao olhar mais apurado, descobre-se não ser verdade.
Mulheres de classe alta e letradas foram público consumidor e também produtor de História,
especialmente em gêneros tidos como para-historiográfico, ou seja, biografias, e outros
gêneros literários como histórias educacionais e histórias populares. Tendo em vista as
circunstâncias apresentadas, o projeto aqui proposto tem por objetivo o enfoque nessas
histórias produzidas por mulheres entre os séculos XVIII e XIX, levando em conta os
conflitos de gênero na sociedade do período e a produção de tais obras. Entre as autoras com
grande relevância historiográfica, podemos citar Maria Graham (1785-1842), autora e
historiadora britânica, que em 1835 publica Little Arthur’s History of England, livro
infanto-juvenil de grande sucesso mesmo nos séculos posteriores a sua publicação original.
Maria Graham não foi a única autora de livros educacionais ou de outras obras de gênero
histórico neste período, sendo assim, a proposta do projeto História para amplas audiências,
visa dar luz à estas tantas outras autoras, que, por meio da literatura para um público
anteriormente negligenciado, o infantil, puderam expressar suas opiniões naquela que era a
única esfera possível ao seu sexo: a esfera doméstica. Em um primeiro momento da pesquisa
(2018-2020), foram catalogadas obras infanto-juvenis na Grã-Bretanha entre 1729 e 1850,
através de uma planilha Excel, além do agrupamento e download de obras em domínio
público. Em um segundo momento (2021-2022), deu-se continuação aos processos iniciados
por bolsistas anteriores, produzindo-se a catalogação de obras para o público adulto na
Grã-Bretanha entre 1810 e 1840, através de uma planilha Excel, bem como agrupamento e
download das obras em domínio público. Em último momento (2022-2023), fez-se possível a
divulgação dos resultados obtidos através da plataforma Mendeley |
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