Saúde mental de crianças e adolescentes: identificando estratégias, contextos e cenários de atuação no contexto da Atenção Primária à Saúde

Abstract

Introdução: a preocupação com a saúde mental de crianças e adolescentes têm ganhado mais evidência nos últimos anos, em especial após a Pandemia de Covid-19. Esta trouxe impactos e consequências em diversos segmentos da sociedade, incluindo a população infantojuvenil. Estes ainda precisam ser mensurados e avaliados, consequentemente é necessário compreender os cenários nos quais crianças e adolescentes são atendidos em decorrência de demandas relacionadas à saúde mental. Neste sentido, compreendendo a Atenção Primária à Saúde como a porta de entrada para a identificação e encaminhamento de situações que necessitam de segmento, este estudo tem como objetivos: identificar as ações/estratégias de promoção da saúde mental de crianças e adolescentes desenvolvidas na Atenção Primária à Saúde e conhecer os principais agravos na saúde mental de crianças e adolescentes percebidos ou identificados pelos profissionais da Atenção Primária à Saúde. Materiais e Métodos: trata-se de estudo descritivo-exploratório com abordagem qualitativa tendo como participantes 31 profissionais pertencentes às Equipes de Estratégia da Saúde da Família lotados em 24 Centros de Saúde da Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de um município de Santa Catarina, Brasil. Os Centros de Saúde foram sorteados aleatoriamente representando os quatro Distritos Sanitários do município. Os dados foram coletados de setembro de 2022 a março de 2023 utilizando um questionário cujos dados foram organizados em planilha Excel e analisados pela Análise de Conteúdo de Bardin (2011). Resultados: emergiram duas categorias, a saber: saúde mental de crianças e adolescentes na Atenção Primária à Saúde: demandas percebidas pelos profissionais da Estratégia de Saúde da Família; Ações e estratégias para a promoção da saúde mental de crianças e adolescentes: entre o que se faz e o que é necessário. Considerações finais: constata-se que os profissionais da Estratégia de Saúde da Família reconhecem as demandas relacionadas à saúde mental de crianças e adolescentes utilizando estratégias como a escuta ativa e procuram desenvolver ações em diversos cenários. Contudo, evidenciam a necessidade da criação de outros espaços e ferramentas para intervir precocemente. Este estudo reforça a importância do território, da intersetorialidade, integralidade e interprofissionalidade no desenvolvimento e construções das estratégias/ações em prol da promoção da saúde mental de crianças e adolescentes.