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Introdução: A doença causada pelo novo coronavírus 2019 (COVID-19) é responsável por manifestações extrapulmonares que se desenvolvem e persistem em longo prazo. Fadiga, dispneia, capacidade de exercício reduzida, disfunção cognitiva, ansiedade e depressão são manifestações amplamente descritas. O exercício físico é crucial para o tratamento de indivíduos com doenças respiratórias. No entanto, os efeitos nos sintomas persistentes de sobreviventes da COVID-19 não são totalmente evidenciados. Objetivo: o objetivo geral deste estudo foi avaliar os efeitos do exercício físico nas sequelas físicas, cognitivas e psiquiátricas em indivíduos com sintomas persistentes da COVID-19. Materiais e métodos: este é um estudo clínico, não randomizado, controlado e aberto, realizado no período de abril de 2021 a abril de 2022. Os participantes foram alocados para os grupos de acordo com suas possibilidades e preferências. O grupo reabilitação presencial fez exercícios aeróbios e resistidos de moderada intensidade 2x/semana supervisionados por fisioterapeutas e o grupo monitoramento remoto recebeu uma cartilha com informações gerais, além de acompanhamento quinzenal online para acompanhar o estado de saúde. Os desfechos primários do estudo foram fadiga, dispneia (Pulmonary Functional Status and Dyspnea Questionnaire versão modificada). Os desfechos secundários foram os sintomas de ansiedade e depressão (Hospital Anxiety and Depression Scale) e função cognitiva; atenção concentrada (d2-R), memória e aprendizado (Rey’s Auditory-Verbal Learning Test). As análises foram realizadas no programa SPSS, versão 22.0. e os gráficos no GraphPad Prism. versão 8.0.2. Os testes estatísticos foram utilizados de acordo com a distribuição da normalidade das variáveis. O nível de significância de 5% foi considerado. Tamanho de efeito e power foram calculados para os desfechos primários. Resultados: 37 participantes (24,3% hospitalizados) completaram o estudo; 22 no grupo reabilitação presencial com média de idade de 40,8(10,0) anos, e 15 sujeitos do monitoramento remoto com média de 45,4(10,5) anos. A fadiga reduziu de modo significativo nos grupos reabilitação presencial (p=0,0001; d=0,62; power 78%) e monitoramento remoto (p=0,012; d=0,41; power 30%). Já a dispneia foi significativamente reduzida apenas no grupo reabilitação presencial (p=0,001; d=0,54; power 65%). A capacidade de exercício aumentou em média 100,8(86,1) m no grupo reabilitação presencial (p<0,0001; d=1,17; power 99%) e no grupo monitoramento remoto, que obteve um aumento médio de 65,9(61,9) m (p=0,001; d=1,06; power 96%). A ansiedade reduziu de modo significativo apenas no grupo reabilitação presencial (p=0,003; d=0,48). Além disso, os participantes que realizaram a reabilitação apresentaram melhora significativa na memória episódica verbal de curto prazo (p=0,039) e melhora significativa na atenção concentrada (p=0,031). Conclusão: Entre as principais sequelas da COVID-19, a fadiga e a capacidade de exercício parecem melhorar naturalmente, enquanto que a dispneia requer reabilitação. Além disso, a reabilitação por meio do exercício físico demonstrou benefícios para a função cognitiva e redução dos sintomas de ansiedade, mas não da depressão. |
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