Abstract:
|
O envelhecimento populacional é uma tendência global crescente ONU (2019), com previsão de que até 2050 um quinto da população terá mais de 60 anos, especialmente o grupo acima de 80 anos (Organização Mundial da Saúde [OMS], 2017). No Brasil, houve um aumento de 18% na população idosa entre 2012 e 2017, destacando-se Santa Catarina com uma expectativa de vida de 79,66 anos, três anos acima da média nacional de 76,25 anos (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE], 2018). Essa mudança demográfica tem implicações sociais e econômicas significativas, transformando as concepções sobre o envelhecimento, de acordo com o Centro Internacional da Longevidade, caracterizando-o como uma "revolução da longevidade" devido a um acréscimo de 30 anos na expectativa de vida (ILC, 2015). Sendo assim, este estudo abordou aspectos relacionados ao envelhecimento em um contexto de aumento da população idosa no Brasil e durante uma pandemia global. Considerando determinantes sociais influenciados por fatores políticos, econômicos e culturais, exploramos como o envelhecimento pode oferecer ganhos evolutivos, mesmo diante das limitações. A pandemia destacou a vulnerabilidade dos idosos, mas também revelou o papel crucial das tecnologias na assistência e no bem-estar dessa população. Os grupos de intervenção psicológica online demonstraram adaptabilidade da sociedade em tempos de crise, oferecendo um espaço importante para estabelecer vínculos e discutir questões do envelhecimento. Desse modo, objetivou-se caracterizar a experiência de pessoas idosas que participaram dos grupos reflexivos oferecidos no projeto de extensão "Velho, Eu". Para alcançar esse objetivo, foi procurado identificar aspectos positivos e fragilidades relativos às intervenções propostas nos grupos reflexivos ofertados. Para isso, realizou-se um estudo qualitativo exploratório e descritivo, utilizando entrevistas semidirigidas para obter informações acerca da experiência dos 18 participantes do projeto ‘Velho, Eu?’. Os critérios de inclusão abrangiam idade igual ou superior a 50 anos, participação em grupos reflexivos durante 2021 ou 2022, presença em mais de 60% dos encontros e consentimento para participar da pesquisa. Utilizou-se entrevista semidirigida para acessar representações subjetivas dos 18 participantes do grupo reflexivo ‘Velho, Eu?’. A entrevista durou de 30 a 50 minutos e abordou a avaliação da participação no grupo. Após uma entrevista, os participantes preencheram um questionário com informações demográficas. Conclui-se que os resultados obtidos ao longo deste estudo indicam que os grupos on-line foram aprovados pela maioria dos participantes, proporcionando um espaço valioso para estabelecer vínculos entre os participantes e discutir questões inerentes sobre o envelhecimento. |