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Gaylussacia brasiliensis é uma Ericaceae nativa da Mata Atlântica, presente em área de restinga no Sul do Brasil e um recurso genético subutilizado com potencial alimentício, paisagístico e medicinal. Avaliaram-se os efeitos da introdução do gênero Pinus e de queimada sobre a comunidade fúngica associada à G. brasiliensis na área. O estudo está sendo realizado no Parque Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição, em quatro áreas, das quais que uma apresenta baixa perturbação antrópica, uma área tem invasão pelo gênero Pinus, outra área sofreu queimada, e uma área tem a presença do gênero Pinus e queimada. Estão sendo avaliadas a comunidade fúngica endofítica de G. brasiliensis, através de análises moleculares e morfológicas em quatro estações dos anos 2021 e 2022. Além disso, está sendo caracterizada a interação fungo-planta através de análises microscópicas, bem como propriedades químicas e microbiológicas do solo. Os resultados obtidos até o momento demonstram que os isolados endofíticos cultiváveis de raízes de G. brasiliensis pertencem a 27 gêneros e os mais expressivos foram Rhizoctonia, Chaetomium, Penicillium, Aspergillus e Phoma. Não houve efeito dos atributos físico-químicos e microbiológicos avaliados sobre a comunidade fúngicas presente nas raízes de G. brasiliensis nas diferentes áreas estudadas. O teor de glomalina no solo e a atividade da hidrólise de diacetato de fluoresceína (DAF), avaliados no ano de 2021, variaram entre as estações do ano e as áreas de estudo. Foi observado uma redução na atividade da DAF ao longo das estações, especialmente no outono e inverno, com aumento na primavera e verão. As raízes finas de G. brasiliensis tem formação simples, com uma parede unitária epidérmica, uma endodérmica e uma região central chamada de estela. A raiz secundária, da qual se origina as raízes finas, tem sua formação ligada à presença de xilema secundário e córtex. A colonização fúngica nas raízes de G. brasiliensis foi observada apenas nas raízes finas, na epiderme, e nenhuma colonização foi observada nas raízes secundárias. Estudos referente à colonização de isolados fúngicos com potencial para formar micorriza ericóide estão sendo testados para se compreender quais espécies, nas condições edafoclimáticas presentes neste estudo, se associam a G. brasiliensis. A resposta da comunidade microbiana do solo às perturbações também está sendo avaliada através das análises enzimáticas do solo. As estruturas da comunidade de fungos e bactérias associados às raízes de G. brasiliensis estão sendo avaliadas por meio de técnicas moleculares. |
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