Adeptos das crenças afro-brasileiras na mira da Igreja Universal do Reino de Deus: sincretismo e discurso belicoso intolerante

Abstract

A demonização das crenças afrodescendentes não é algo novo e sempre esteve presente nas entranhas de nossa história. O bispo Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) inaugurou uma nova vertente desse ranço religioso e cultural ao se apropriar de elementos de cultos afrodescendentes e cristianizá-los em prol da expansão de sua igreja. Assim, o descarrego evangélico sem o olhar para a velha África, atraiu um enorme contingente de pessoas que transitavam entre a fé cristã e as crenças de matriz africana. Esses novos cristãos viam na IURD algo com que estavam associados, mas sem o estigma do silenciamento. A contradição se faz na necessidade da igreja Universal combater seu maior concorrente a quem serviu de tantas referências simbólicas, convocando seus fiéis a uma batalha espiritual encarnado na luta contra o mal descrito no livro Orixás, Caboclos e Guias: deuses ou demônios? deixando nosso país no perigoso circuito das intolerâncias religiosas.