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Interações complexas entre processos fluviais e eólicos impactam diretamente a geomorfologia, a sedimentação e a sucessão sedimentar resultante no registro geológico. Nesse contexto, o Membro Morro Pelado, unidade superior da Formação Rio do Rasto, ocorre inserida em um cenário continental, regido pelo domínio de sistemas fluviais distributivos distais do final do Permiano. Esses sistemas ocorrem a partir do desconfinamento de um canal principal, criando um padrão radial de canais menores e de depósitos associados. Estes associam-se de forma complexa e muitas vezes interdigitadas, tornando seu reconhecimento um processo desafiador. Assim, este estudo aborda a discriminação de processos flúvio-eólicos, mais especificadamente em regiões distais de sistemas fluviais distributivos. Para isso, o trabalho foi conduzido em duas etapas. A primeira, relaciona-se no reconhecimento de fácies e elementos arquiteturais, a partir da interpretação de fotomosaicos e seções colunares referentes à afloramentos dispostos na porção leste do estado de Santa Catarina. Nessas circunstâncias, foram identificados no afloramento PRR020, três fácies e três elementos arquiteturais que compõem dois subsistemas em um sistema fluvial distributivo: os fluviais efêmeros e os depósitos eólicos. Os fluviais efêmeros são caracterizados pelas litofácies Fm, sugerindo um processo de deposição de baixa energia, seguido por exposição. Os depósitos eólicos incluem as litofácies Sl(e) e St(e), representando lençóis de areia e dunas eólicas, respectivamente. A análise petrográfica das amostras de arenito coletadas no afloramento confirma a predominância de deposição eólica, com laminações milimetricamente espaçadas e bimodais. A segunda etapa tem enfoque na discriminação de processos flúvio-eólicos sob uma abordagem petrográfica. Esse processo ocorreu através da confecção de quatro lâminas delgadas a partir de amostras dos testemunhos 5-CA-21-RS e 5-CA-101-RS. Em síntese, a análise em escala microscópica revela as características distintas deixadas por cada processo, incluindo estruturas, texturas, seleção e composição do material. Sedimentos dominados por processos eólicos exibem uma textura laminada típica, com grãos arredondados e esféricos. Já em sedimentos predominantemente fluviais, o arcabouço ocorre de modo desorganizado e maciço, com grãos pouco trabalhados e angulosos, indicando um transporte de curta distância. O retrabalhamento ocasional de processos eólicos em sedimentos fluviais é indicado pela tímida presença de segregação textural dos grãos, sugerindo um desenvolvimento embrionário de laminações. Assim, destaca-se a relevância da análise petrográfica para a melhor compreensão de assinaturas dinâmicas e deposicionais de processos fluviais e eólicos, principalmente em fácies que englobam características híbridas desses depósitos. |
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