Entre o especismo e o sexismo: mudanças psicossociais vivenciadas por mulheres veganas

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Entre o especismo e o sexismo: mudanças psicossociais vivenciadas por mulheres veganas

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Title: Entre o especismo e o sexismo: mudanças psicossociais vivenciadas por mulheres veganas
Author: Bressane, Marcele Rublescki Silveira
Abstract: Nesta dissertação foi discutido a intersecção entre veganismo e feminismo e as mudanças psicossociais que ocorreram em mulheres veganas após a transição ao veganismo. Veganismo, para Felipe (2014) é uma filosofia e uma ideologia de vida que tem como objetivo excluir as formas de exploração animal e o especismo, tanto na alimentação, não comendo as carnes e nem os derivados dos animais-não-humanos, quanto nas roupas, maquiagens, produtos de limpeza e locais de lazer, como zoológico. Para Singer (1975), o especismo consiste no preconceito entre espécies, comunicando que o ser humano é o detentor dos direitos acima dos animais-não-humanos. Já o feminismo é um movimento de mulheres que lutam por diversas bandeiras, entre elas: a luta por direitos iguais aos dos homens, como salários e cargos, fim da violência sexual, psicológica e física contra as mulheres e contra o sexismo. (Haraway e Azeredo, 2011). Sexismo é a discriminação entre pessoas baseada no gênero que elas se consideram ser. O especismo e o sexismo, para Carol Adams (2004), tem sua relação no patriarcado e na detenção de poder dos homens em relação aos animais-não-humanos e as mulheres, decidindo quem morre e quem vive na sociedade. Desta forma, o feminismo vegano vem ao encontro a estas lutas antiespecistas e antisexistas, pelos direitos das mulheres e dos animais-não-humanos. Nesta dissertação, foram entrevistadas quatro mulheres que se consideram veganas há pelo menos dois anos. Nas entrevistas, foram indagadas sobre as mudanças psicossociais vivenciadas após a transição para o veganismo. Mudanças no trabalho, no âmbito familiar, nos relacionamentos amorosos, no corpo e na sua relação com o feminismo. Após as entrevistas, foram realizadas as análises de dados sob escopo da análise de discurso francesa. Nas entrevistas, apareceu um novo conteúdo que não tinha sido explanado nas perguntas, mas que esteve presente nas falas de todas as entrevistadas: o ato de cozinhar. Todas as entrevistadas, após tornarem-se veganas, começaram a gostar mais da cozinha e a prestar mais atenção nos alimentos que ingerem. Na análise, também se discutiu a relação entre as entrevistadas e o meio ambiente, que, após o veganismo, prestaram mais atenção a ele. A relação com os animais-não-humanos foi uma das maiores causas para tornarem-se veganas. Por fim, discute-se a compreensão de feminismo para estas mulheres. Duas delas não compreendem a intersecção entre feminismo e veganismo, uma compreende esta intersecção e a quarta não se considera feminista. Por fim, espera-se, com esta pesquisa, contribuir para discussões acerca da interface feminismo e veganismo, uma vez que este tema é, ainda, pouco investigado.Abstract: The purpose of this Master Thesis was to discuss the connection between veganism and feminism and the psychosocial changes in vegan women after they transitioned to a vegan lifestyle. Felipe (2014) states that veganism is a philosophy and an ideology of life that aims to exclude forms of animal exploitation and speciesism, both in terms of food, not eating meat or derivatives of non-human animals, and in clothes, make-up, cleaning products, and recreational facilities, such as a zoo. In Singer's (1975) view, speciesism consists of prejudice between species, communicating that the human being is the holder of rights above non-human animals. Feminism, on the hand, is a movement of women who advocate for gender equality, such as equal pay and job opportunities, to end sexual, psychological, and physical violence against women and sexism in general (Haraway and Azeredo, 2011). Sexism is the discrimination between people based on the gender they consider themselves to be. According to Carol Adams (2004), speciesism and sexism are related to patriarchy and men's holding of power over non- human animals and women, deciding who dies and who lives in society. In this way, vegan feminism meets these anti-speciesist and anti-sexist struggles, fighting for the rights of women and non-human animals. Four women, who have considered themselves vegans for at least two years, were interviewed for this study. In the interviews, they were asked about the psychosocial changes experienced in their lives after they transitioned to veganism, such as changes at work, within their family and love relationships, in their bodies, and their relationship with feminism. After the interviews, analysis was carried out on the data under the scope of French Discourse Analysis. During the interviews, new content appeared that had not been part of the questions but was present in the speeches of all the interviewees: the act of cooking. After becoming vegan, all interviewees began to like cooking and pay more attention to their food. The analysis also discussed the relationship between the interviewees and the environment: after becoming vegan, they got more engaged in the cause. The relationship with non-human animals was one of the biggest reasons for them to become vegan. Finally, the understanding of feminism for these women is discussed: two do not understand the connection between feminism and veganism, one understands the correlation between these two topics, and the fourth does not consider herself a feminist. Finally, this research is expected to contribute to discussions about the feminism and veganism interface since there is still a lack of study on this topic.
Description: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2023.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/251157
Date: 2023


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