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Diante da imagem revelamos — em si e para si — as mais completas de nossas subjetividades. Diante do tempo, do nosso tempo, percebemos as reminiscências do que nunca se extinguiu de vez. A ninfa, personagem teórica iniciada por Aby Warburg em sua tese doutoral de 1892 e continuada por vários de seus exegetas, destacando aqui os nomes de Georges Didi-Huberman e Daniela Queiroz Campos, exila-se nos trópicos, aparece e reaparece nas imagens e nos tempos.
A pesquisa de Iniciação Científica As ninfas dos mares de cá: A Ninfa pagã e seu exílio nos trópicos, da qual fiz parte no período de setembro de 2022 a agosto de 2023, sob a orientação da Profª. Drª. Daniela Queiróz Campos, docente da disciplina de História da Arte do departamento de História na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), teve por objetivo perceber a Ninfa em obras de artistas brasileiros.
Através do encontro dos tempos, isto é, da sobrevivência das imagens, nota-se o esplendor das múltiplas possibilidades de análise e compreensão da arte. Nesse caso, o historiador da arte prende-se ao anacronismo para sustentar ao menos três temporalidades, isto é, a sua, a do artista, e a que perpassa o período que os separa (ARASSE, 2003, p.138). A partir dessa perspectiva, desenvolvi a pesquisa com os achados das Ninfas e dos Tempos. Três das cinco Ninfas, sendo elas Judite, Abisag e Jocabed, apresentavam as temporalidades em comum: a Antiguidade do Velho Testamento, no qual aparecem na literatura pela primeira vez, o Oitocento de Pedro Américo, e o século XXI, o qual contém a pesquisa. As outras duas Ninfas, separam-se apenas na primeira temporalidade, Joana D’Arc no Medievo Católico e Margarida, contemporânea à Américo na literatura de Goethe.
O primeiro momento da pesquisa deu-se a partir da leitura e fichamento de obras teóricas a respeito da Ninfa, do Tempo e da Imagem, a partir dos estudiosos Aby Warburg, Georges Didi-Huberman, Daniel Arasse e Daniela Queiroz Campos.
Logo, tendo em mente a intencionalidade de pesquisar o artista brasileiro Pedro Américo, iniciou-se em seguida a análise direcionada em suas composições. Desse modo, o segundo momento da pesquisa foi realizado a partir da leitura de bibliografias do artista e de tratados de arte a respeito do século XIX no Brasil. Nesse período, as leituras concentraram-se em obras de Ivan Coelho de Sá, Sônia Gomes Pereira e Daniela Queiroz Campos.
Amparada teoricamente, o momento seguinte iniciou-se com a seleção das obras, a partir da montagem das imagens, tal qual realizou Aby Warburg em sua inacabada obra Bilderatlas Mnemosyne (1927-1929).
Como resultado, além da realização de um relatório e de um vídeo explicativo para a comunidade científica, foi realizado um artigo a ser publicado em uma revista acadêmica de historiografia da arte, tendo como autoras, a bolsista e a orientadora do projeto. |
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