Desdobramentos da lógica colonial de dados articulados por big techs através de tecnologias educacionais na Universidade Federal de Santa Catarina durante a pandemia de COVID-19

Abstract

O presente trabalho busca evidenciar os avanços das práticas neoliberais que se articularam dentro das universidades públicas através de tecnologias educacionais oferecidas por big techs, de forma gratuita, durante a pandemia de COVID-19. Esta investigação foi guiada pelas metodologias de análise exploratória e pesquisa qualitativa em profundidade e semi-estruturada, através de comunicados realizados pelo Portal de Notícias da UFSC, e entrevista com estudantes da mesma universidade, trazendo em certa medida a perspectiva da comunidade acadêmica sobre o assunto. Com os resultados foi possível entender como o ensino público superior brasileiro têm se tornado refém da lógica mercadológica neoliberal no momento em que cria vínculos com iniciativas privadas, neste caso, representadas pelas empresas com maior concentração de lucro do mercado. Para composição do referencial teórico, foram abordados os conceitos de capitalismo universitário, desenvolvido por Boaventura de Souza Santos, colonialismo de dados, trazido por Nick Couldry e Ulises Mejias, e o de capitalismo de vigilância de Shoshana Zuboff.

The present work seeks to highlight the advances of neoliberal practices that were articulated within public universities through educational technologies offered bybig techs, free of charge, during the COVID-19 pandemic. This investigation was guided by exploratory analysis methodologies and in-depth and semi-structured qualitative research, through announcements made by the UFSC News Portal, and reports from some students from the same university. With the results, it was possible to understand how Brazilian public higher education has become hostage to the neoliberal marketing logic at the time it creates links with private initiatives, in this case, represented by companies with the highest concentration of profit in the market. To compose the theoretical framework, the concepts of university capitalism, developed by Boaventura de Souza Santos, data colonialism, brought by Nick Couldry and Ulises Mejias, and the one on surveillance capitalism by Shoshana Zuboff.