dc.contributor |
Universidade Federal de Santa Catarina |
|
dc.contributor.advisor |
Paim, Elison Antonio |
|
dc.contributor.author |
Silva, Janaína Amorim da |
|
dc.date.accessioned |
2023-10-04T23:13:50Z |
|
dc.date.available |
2023-10-04T23:13:50Z |
|
dc.date.issued |
2023 |
|
dc.identifier.other |
383870 |
|
dc.identifier.uri |
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/251363 |
|
dc.description |
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2023. |
|
dc.description.abstract |
A presente tese reflete sobre a importância histórica e política do Coletivo Ação Zumbi, que se identifica enquanto grupo teatral e movimento negro, como uma inspiração para uma educação antirracista e decolonial. O grupo criado em 2003 por três mulheres negras na região da Grande Florianópolis, evidencia uma atuação antirracista, alinhada ao pressuposto da decolonialidade, agregando muitos membros desde o primeiro ano de sua atuação; mulheres e homens de diferentes idades e identidades, que rompendo fronteiras geográficas, epistemológicas e artísticas, transgridem com o projeto hegemônico de invisibilidade da presença e atuação das populações negras região. Produzindo performances artísticas multidimensionais, em espaços formais e não formais nas cidades de São José e Florianópolis durante as últimas duas décadas, o coletivo vem criando brechas com sua intervenção artística, mostrando que a população negra também faz parte da história da região. O Ação Zumbi sempre assumiu um caráter educativo nas suas performances e se conectou com a educação formal, especialmente na cidade de São José, onde foi precursor na promoção da igualdade racial, na valorização da cultura africana e afro-brasileira e enfrentamento ao racismo, tensionando o poder público a cumprir a legislação 10.639/03 nas escolas municipais, inserindo possibilidades metodológicas outras, revelando memórias contra-hegemônicas de origens afro-brasileiras, reencontrando e recontando a história do Brasil e de Santa Catarina, a partir da perspectiva de um povo que existe, resiste e (re)existe, ancorado num ideário de maior justiça epistemológica, contribuindo assim para romper com a colonialidade dos currículos, práticas escolares e semear possibilidades para uma educação escolar antirracista. Reconhecendo a importância do Coletivo Ação Zumbi, enquanto movimento negro, pretendo compreender como ocorrem essas conexões da educação não formal que promovem, com a educação formal, problematizando também a branquitude e a colonialidade em São José, que se expressam na história e na educação, consolidando seu projeto excludente. Refletirei sobre o teatro negro no Brasil e sua relação com a branquitude, investigando o corpo-território das performances negras e as relações com as performances multidimensionais do Coletivo Ação Zumbi. A pesquisa foi pensada e desenvolvida tendo como pressupostos epistemológicos e metodológicos, a perspectiva decolonial e os princípios da interculturalidade crítica, entre eles o pensar a pesquisa com os sujeitos envolvidos, numa relação dialógica e horizontal. Entre as autoras que dialogo estão Catherine Walsh, Zulma Palermo, Cida Bento, Nilma Lino Gomes, Abdias Nascimento, Aníbal Quijano, bell hooks, entre outros. A pesquisa demonstrou a complexidade dos saberes produzidos pelos movimento negros, no qual o Coletivo Ação Zumbi é representante enquanto teatro negro, bem como a importância e o potencial educador dessa expressão artística enquanto resistência antirracista, que pode ser compartilhado com a educação formal escolar, contribuindo para a construção de um sistema mundo melhor para todas e todos, que perpasse por valorizar modos de pensar e viver de matrizes africanas, assim como o ubuntu, que priorizando a coletividade, reconhece que um ser humano só se realiza quando humaniza outros seres humanos. |
|
dc.description.abstract |
Abstract: This thesis reflects on the historical and political importance of the Coletivo Ação Zumbi, which identifies itself as a theater group and a black movement, as an inspiration for an anti-racist and decolonial education. The group created in 2003 by three black women in the Greater Florianópolis region, highlights an anti-racist performance, aligned with the presupposition of decoloniality, adding many members since the first year of its activity; women and men of different ages and identities who, by breaking geographic, epistemological and artistic boundaries, transgress the hegemonic project of making invisible the presence and performance of black population in the region. Producing multidimensional artistic performances, in formal and non-formal spaces in the cities of São José and Florianópolis during the last two decades, the collective has been creating loopholes with its artistic intervention, showing that the black population is also part of the region's history. Ação Zumbi has always assumed an educational role in its performances and has been connected with formal education, especially in the city of São José, where it was a forerunner in promoting racial equality, valuing African and AfroBrazilian culture and confronting racism, stressing public power to comply with legislation 10.639/03 in municipal schools, inserting other methodological possibilities, revealing counterhegemonic memories of Afro-Brazilian origins, finding and retelling the history of Brazil and Santa Catarina, from the perspective of a people who exists, resists and (re)exists, anchored in an ideal of greater epistemological justice, thus contributing to breaking with the coloniality of curricula, school practices and sowing possibilities for an anti-racist school education. Acknowledging the importance of the Coletivo Ação Zumbi as a black movement, I intend to comprehend how these connections occur between non-formal education promoted and the formal education, while also questioning whiteness and coloniality in São José, which are expressed in history and education, consolidating its exclusionary project. I will reflect on black theater in Brazil and its relationship with whiteness, investigating the body-territory of black performances and the relationships with the multidimensionais performances of the Coletivo Ação Zumbi. The research was conceived and developed having as epistemological and methodological presuppositions the decolonial perspective and the principles of critical interculturality, one being the act of thinking about the research along with the subjects involved, in a dialogical and horizontal relationship. Among the authors used are Catherine Walsh, Zulma Palermo, Cida Bento, Nilma Lino Gomes, Abdias Nascimento, Aníbal Quijano, bell hooks, amid others. The research demonstrated the complexity of the knowledge produced by the black movements, in which Coletivo Ação Zumbi is representative as black theater, as well as the importance and educational potential of this artistic expression as anti-racist resistance, which can be shared with formal school education, contributing for the construction of a better world system for all, whereupon pervades the appreciation of ways of thinking and living from African matrices, as well as ubuntu, which by prioritizing the collectivity, recognizes that a human being is only fulfilled when he humanizes other human beings. |
en |
dc.format.extent |
224 p.| il., gráfs. |
|
dc.language.iso |
por |
|
dc.subject.classification |
Educação |
|
dc.subject.classification |
Teatro negro |
|
dc.subject.classification |
Movimento negro |
|
dc.subject.classification |
Decolonialidade |
|
dc.subject.classification |
Antirracismo |
|
dc.title |
Coletivo Ação Zumbi: uma história de (re)existência e inspiração para uma educação antirracista e decolonial |
|
dc.type |
Tese (Doutorado) |
|