Plunct, plact zum, não vai a lugar nenhum: a ditadura civil-militar contra o rock brasileiro

Abstract

No Brasil, o rock and roll chega nos anos 50, um período de agitação política. Ao longo dos anos 1960 e 1970 o rock desenvolveu-se no país em um contexto de eclosão da Ditadura Civil-Militar, que trouxe um condição de violência policial, variação do poder aquisitivo e das desigualdades sociais e uma rigorosa censura contra qualquer manifestação contrária ao regime. Essa pesquisa tem como tema central a formação e o desenvolvimento do rock brasileiro em seu contexto de Ditadura Civil-Militar. O rock coloca-se contra a Ditadura, não necessariamente através de letras politicamente carregadas, mas sim por meio de sua rebeldia que atuava de maneira contrária aos valores propagados por aquele sistema. Para compreender como o endurecimento das leis, da censura e do conservadorismo civil-militar relacionou-se com a rebeldia criativa do rock brasileiro, foram realizadas as escolhas de alguns artistas e bandas que representam cada fase desse desenvolvimento, sendo eles os cantores Raul Seixas e Rita Lee a as bandas punks Cólera e Fogo Cruzado. O método para a análise dos documentos musicais foi baseado na ?Janela do Rock?, do historiador Paul Friedlander e os métodos sugeridos pelo historiador Marcos Napolitano. Essas escolhas possibilitaram a compreensão da dinâmica entre a rebeldia hippie que foi veiculada para um grande público e, com ela a subversão aos valores moralistas sob os quais se apoiaram a ditadura. Também proporcionaram compreender como o punk paulista, que se manteve em um grupo específico de ouvintes e seguidores, apesar de serem alvos da sociedade conservadora, sofreu de maneira menos entusiasta os sintomas do endurecimento da censura.

Abstract: In Brazil, Rock and Roll arrives at the 50's, a timespan of political turmoil. From the 1960 decade to the 70's, Rock and Roll was developed in an emerging civilian-military dictatorship context, which brought an increasing police violence condition, acquisition power and social equality variation and rigid censorship on any manifestation against the dictatorship. This research focus on the formation and development of brazilian rock and roll on a civil-military dictatorship. Rock and roll stands against the dictatorship, not necessarily through politically charged lyrics, but instead by its rebelliousness which acted antagonistically to the conservative values broadcasted by the current system. To understand how the hardened laws, censorship and civil-military conservative thought were correlated with Brazilian Rock's creative rebelliousness, some artists and bands which represented each phase of this development were chosen, them being the singers Raul Seixas and Rita Lee, and also the punk bands Cólera and Fogo Cruzado. The analysis methods used on music documents were based on the \"Janela do Rock\" book from author Paul Friedlander and the methods suggested by the historian Marcos Napolitano. Those choices enabled the comprehension of the dynamics between hippie rebelliousness which were broadcasted for a massive audience and with it the subversion of conservative moral values on which relied on the dictatorship. The research also allowed one to understand how the paulista punk rock, which were kept in a specific group of listeners and followers, despite being targeted by conservative society, suffered in a less enthusiastic way the hardening of censorship.