Terrorismo de gênero: artivismo e biopotência no Brasil contemporâneo

Abstract

A presente tese tem como finalidade construir o plano conceitual do ?terrorismo de gênero?. A partir da decomposição dos conceitos terrorismo e gênero, historicizamos cada um de seus componentes a fim de produzir efeitos de significados outros para aplicar à presente categoria. Nesse sentido, analisamos conteúdos audiovisuais produzidos pela artista Linn da Quebrada para evidenciar quais os efeitos estratégicos das práticas terroristas, no contexto da racionalidade necropolítica brasileira, no recorte temporal de 2013 a 2018. As superfícies discursivas das letras das músicas de Linn, bem como as imagens das performances e entrevistas concedidas pela artista, nos auxiliaram na formação do corpus documental de pesquisa e possibilitaram a construção do plano conceitual que nos permitiu a percepção tática das terroristas de gênero frente ao exercício do necropoder. Assim, foi possível apontar que o terrorismo de gênero, inserido dentro de um sistema de pensamento, torna-se uma categoria de análise histórica biopotente, além de serpercebido como tática de enfrentamento e máquina de guerra frente ao Estado de exceção contemporâneo.

Abstract: The present thesis aims to construct the conceptual plane of \"gender terrorism\". From the decomposition of the concepts terrorism and gender, we historicize each of its components in order to produce other effects of meanings to apply to the present category. We analyzed audio-visual content produced by the artist Linn da Quebrada, to understand what are the strategic effects of terrorist practices in the context of Brazilian necropolitical rationality in the cut-off from 2013 to 2018. The discursive surfaces of the lyrics of Linn's songs, as well as the images of the performances and interviews granted by the artist helped us in the formation of the documentary corpus of research and enabled the construction of the conceptual plan that allowed us the tactical perception of gender terrorists in the face of the exercise of necropower. In this way, it is possible to point out that gender terrorism, within a system of thought, becomes a biopotent category of historical analysis, as well as being perceived as a tactic of confrontation and a war machine that escapes the contemporary state of exception.