Análise da microdureza de resinas compostas submetidas a diferentes técnicas de pós-polimerização

Abstract

A presente pesquisa busca avaliar, a partir de um estudo in vitro, o efeito da polimerização adicional na microdureza de resinas compostas. Os espécimes foram confeccionados a partir de dois compósitos resinosos: Vittra APS - Grupo V e Forma - Grupo F utilizando uma matriz metálica, circular, polida, de 3 mm de espessura por 1 cm de diâmetro posicionada entre duas placas de vidro e preenchida com o material. Todas as amostras foram fotopolimerizadas no topo e na base com fotopolimerizador Valo Cordless, durante 60 segundos com potência de 1.000 mW/cm² e distribuídas, aleatoriamente, em quatro grupos (n=10) de acordo com o método de póspolimerização: Subgrupo 1 (controle) – fotopolimerização sem polimerização adicional; Subgrupo 2 - fotopolimerização adicional por 3 segundos, no topo, com alta potência de 3.200 mW/cm²; Subgrupo 3 - polimerização adicional com aquecimento em microondas imersos em recipiente com 200 ml de água por 4 minutos e 27 segundos em potência máxima de 900W; Subgrupo 4 - polimerização adicional com calor e pressão em autoclave a 129º C, durante 16 minutos, com uma pressão interna de 1,8 Kgf/cm². Todas as amostras receberam polimento com pasta à base de óxido de alumínio e foram armazenadas, individualmente, em caixa com divisórias imersas em água, em temperatura ambiente, e ao abrigo da luz. Após sete dias, os espécimes foram submetidos ao teste de microdureza Vickers (Wilson VH1102, Illinois, EUA), com o qual foi realizado três indentações equidistantes em uma das faces de cada amostra com carga de 100gf (980,7 mN) aplicada durante 10s. Os valores médios foram tabulados e submetidos a análise estatística ANOVA de dois fatores com pós-teste de Bonferroni com significância de 5%. Observou-se que para o grupo V (p=0.141), não houve diferença significativa entre os métodos adicionais de polimerização em relação ao seu grupo controle. Já no grupo F, foi observado que os métodos adicionais apresentaram valores maiores de microdureza quando comparados ao seu grupo controle (p=0.001). Em relação às duas resinas compostas, o subgrupo controle da resina Vittra apresentou maiores valores de microdureza, em comparação a todos os outros subgrupos da resina Forma. Com base nesse estudo, concluiu-se que os métodos de pós-polimerização aumentam a microdureza de resinas compostas, dependendo da composição do material, isso porque a resina Forma apresentou diferença significativa nos grupos que foram submetidos à fotopolimerização adicional, a pós-polimerização em micro-ondas e a póspolimerização em autoclave quando comparada ao seu grupo controle (sem polimerização adicional), diferente da Vittra APS, que não apresentou mudanças. Dessa maneira, os métodos de pós-polimerização podem ser indicados para aprimorar as propriedades mecânicas de restaurações semidiretas.

The present research evaluates, based on an in vitro study, the effect of additional polymerization on the microhardness of composite resins. The specimens were made from two composite resins: Vittra APS - Group V and Forma - Grupo F using a circular, polished metal matrix, with 3 mm thick and a diameter of 1 cm, positioned between two glass plates and filled with the material. All samples were light-cured at the top and bottom with a Valo Cordless light-polymerizer, for 60 seconds with a power of 1.000 mW/cm² and randomly distributed into four groups (n=10) according to the postpolymerization method: Subgroup 1 (control) – photopolymerization without additional polymerization; Subgroup 2 - additional photopolymerization for 3 seconds, at the top, with high power of 3.200 mW/cm²; Subgroup 3 - additional polymerization with microwave heating immersed in a container with 200 ml of water for 4 minutes and 27 seconds at maximum power of 900W; Subgroup 4 - additional polymerization with heat and pressure in an autoclave at 129º C, for 16 minutes, with an internal pressure of 1.8 Kgf/cm². All samples received aluminum oxide-based paste and were stored in a box, individually, with dividers immersed in water, at room temperature, and protected from light. After seven days, the specimens were subjected to the Vickers microhardness test (Wilson VH1102, Illinois, USA), with which three equidistant indentations were made on one side of each sample with a load of 100gf (980.7 mN) applied for 10s. . The average values were tabulated and subjected to two-way ANOVA statistical analysis with Bonferroni post-test with a significance of 5%. Note that for group V (p=0.141), there was no significant difference between the additional polymerization methods in relation to its control group. In group F, it was observed that the additional methods presented higher microhardness values when compared to the control group (p=0.001). In relation to the two composite resins, the control subgroup of the Vittra resin presented higher microhardness values, compared to all other subgroups of the Forma resin. Based on this study, it was concluded that post-polymerization methods increase the microhardness of composite resins, depending on the composition of the material, this is because the Forma resin showed a significant difference in the groups that were subjected to additional photopolymerization, post-polymerization in microwave and post-polymerization in an autoclave when compared to its control group (without additional polymerization), unlike Vittra APS, which showed no changes. Therefore, post-polymerization methods can be indicated to improve the mechanical properties of semi-direct restorations.