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Este trabalho visa contrapor as diretrizes estabelecidas pela branquitude alusiva às
regras tocantes à estética, sobretudo de Tradutor Intérprete de Libras-Língua
Portuguesa (TILSP) negres. A análise, portanto, parte de escrevivências e
autoetnografias, perpassando controvérsias de como tais normativas atravessam os
corpos racializados dos TILSPs, desde a carência de debates, que se relacionam
aos motivos pelos quais se utilizam vestimentas padronizadas (assim inferidas no
Código de Conduta e Ética), até seu ápice, quando posto os marcadores de raça,
culturalidade, estética e subjetividade, isto é, tratando da interseccionalidade dos
indivíduos, não somente voltadas para o curso de Letras Libras, mesmo que estes
componham um mesmo grupo etnico-cultural. Outrossim, pontua-se como a
comunidade surda, mesmo contabilizando apenas 10% da população brasileira, bem
como subjugados por parte da quantidade maçante de ouvintes, não se eximem da
responsabilidade imputada em sustentar a manutenção do pilar racista, reforçando a
subalternização do profissional negro que, automaticamente, já está numa posição
de subserviencia, uma vez que o foco principal é a acessibilidade da pessoa surda,
seja em palestras, workshops, aulas, vídeos ou qualquer contexto social, privado ou
não. Em suma, o que considera-se aqui é pautar que a vivência diaspórica de
pessoas pretas não isenta estes últimos do racismo, mesmo participando ativamente
da aproximação dessa minoria linguística aos ouvintes e vice-versa. Em outras
palavras, por mais que haja uma discussão com a comunidade surda no aspecto do
esplanamento do racismo, esquadrinha-se o sistema que os condiciona a agir de tal
modo, sendo esta mais um instrumento de complexificação e sofisticação do
preconceito racial e exclusão da identidade individual dos diversos corpos negros. |
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