Tem um sambaqui na minha rua! Multivocalização e experiência patrimonial: o exercício da Arqueologia Colaborativa

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Tem um sambaqui na minha rua! Multivocalização e experiência patrimonial: o exercício da Arqueologia Colaborativa

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Title: Tem um sambaqui na minha rua! Multivocalização e experiência patrimonial: o exercício da Arqueologia Colaborativa
Author: Zamparetti, Bruna Cataneo
Abstract: s exercícios patrimônios relacionados à arqueologia carregam um histórico de colonialidade da disciplina, bem como da própria categoria patrimônio cultural. Serviram propósitos nacionalistas, foram acionados na construção da profundidade histórica das nações e dos símbolos e grupos humanos reconhecidos ao longo desse processo. Todavia, na contemporaneidade, o patrimônio arqueológico passa a ser também um importante instrumento de resistência política, principalmente por parte de populações menorizadas. Entendemos esse movimento como um processo de ida/vinda de uma categoria ocidental colonialista, para então ser apropriada e devolvida/vuelta como forma de reivindicação política. Apesar de percebermos um avanço nas discussões acerca da função social da arqueologia, com o aparecimento de arqueologias públicas, comunitárias, colaborativas, o exercício da colonialidade do saber persiste. Quando direcionamos nosso olhar para a perspectiva preservacionista, deparamo-nos com discursos extremamente autoritários em relação às comunidades vizinhas. Como parte integrante de uma estrutura acadêmica, em muitos casos, reprodutora desse discurso, propomos um movimento de transformação que analise a construção dessas relações com vistas ao desenvolvimento de práticas colaborativas. Para tanto, direcionamos nossa atenção para uma rua com dois sambaquis, no centro do município de Capivari de Baixo/SC-Brasil. Todas as pesquisas arqueológicas realizadas até então ? escavação arqueológica, educação patrimonial, cercamento, sinalização ? não envolveram a comunidade circunvizinha, que não foi nem ao menos informada acerca das ações. Partindo desse cenário, questionamo-nos acerca da possibilidade de se promover a preservação patrimonial por meio de ações construídas de forma colaborativa com as comunidades circunvizinhas. Nossa hipótese parte do entendimento de que não só é possível tal feito como ele pode se somar aos demais trabalhos que propõem uma transformação da arqueologia brasileira. Para tanto, traçamos como objetivo desta tese construir um programa de ação protetiva para os sítios arqueológicos Capivari I e Capivari II, a partir de uma experiência patrimonial colaborativa, que buscasse entender a relação existente entre o sítio e a comunidade circunvizinha, respeitando ideias e experiências de pertencimento, memória e identidade construídas localmente. Com vistas a alcançar tal intento, realizamos algumas ações junto à comunidade local: entrevistas, aplicação de formulários, criação de um grupo de moradores, ações educativas, estabelecimento de parcerias, entre outras, para a promoção da multivocalização e da colaboração no exercício patrimonial. O resultado foi a criação de um Programa de Valorização, Educação e Preservação dos Sambaquis Capivari I e Capivari II, construído de forma colaborativa.Abstract: Heritage exercises related to archaeology carry a history of coloniality of the discipline, as well as of the category of cultural heritage itself. They have served nationalist purposes, activated in the construction of the historical depth of nations, as well as the symbols and human groups recognized in this process. In modern times, however, archaeological heritage has also become an important instrument of political resistance, especially by so-called minorities. We understand this movement as a process of coming and going of a Western colonialist category, only to be appropriated and returned as a form of political claim. Although we see an advance in discussions of the social function of archaeology with the emergence of public, community, collaborative archaeologies, the exercise of the coloniality of knowledge persists. If we turn our attention to the conservationist perspective, we are confronted with extremely authoritarian discourses in relation to neighboring communities. As an integral part of an academic structure that in many cases reproduces this discourse, we propose a transformative movement that analyzes the construction of these relationships with a view to developing collaborative practices. To this end, we focus our attention on a street with two sambaquis, located in the center of the municipality of Capivari de Baixo/SC-Brasil. All the archaeological research carried out so far - archaeological excavations, heritage education, fencing, signaling - did not involve, or at least did not inform the surrounding community of their actions. Based on this scenario, we wondered about the possibility of promoting heritage conservation through actions built in collaboration with the surrounding communities. Our hypothesis is based on the understanding that such a feat is not only possible, but can be added to other works that propose a transformation of Brazilian archaeology. To this end, we set ourselves the goal of building a program of protection for the archaeological sites of Capivari I and Capivari II, based on a collaborative heritage experience that sought to understand the relationship between the site and the surrounding community, respecting ideas and experiences of belonging, memory and identity built locally. To achieve this, we carried out some actions with the local community: interviews, application of forms, creation of a group of residents, educational actions, establishment of partnerships, among others, to promote multivocalization and collaboration in the heritage exercise. The result was the creation of a Program of Valorization, Education and Preservation of Sambaquis Capivari I and Capivari II, built in a collaborative way.
Description: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2023..
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/252045
Date: 2023


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