Abstract:
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Introdução: Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou como pandemia a
manifestação mundial causada pelo vírus SARS-CoV-2, trata-se de um vírus que causa uma
síndrome respiratória aguda grave, chamada de COVID-19. Em alguns casos da doença, os
indivíduos se apresentam assintomáticos e possuem como característica a alta
transmissibilidade do vírus. Já nos pacientes sintomáticos, os sintomas mais comuns relatados
são: febre, dor de garganta e tosse, estando entre 31-83% dos infectados e levando entre dois a
14 dias após a exposição viral para se manifestarem. O vírus também pode causar tremor,
confusão mental, cefaleia, mialgia e dispneia, que pode se agravar e gerar um quadro de
hipoxemia e Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo, que pode ser fatal. Objetivo
Geral: Analisar as características de pacientes com COVID-19 com comorbidades, as
reinternações e a transição do cuidado em dois hospitais no Sul do Brasil. Objetivos
específicos: Descrever o perfil sociodemográfico de pacientes com COVID-19 com
comorbidades internados em dois hospitais no Sul do Brasil; Analisar a associação das variáveis
clínicas e sociodemográficas entre pacientes com COVID-19 com comorbidades que
reinternaram e aqueles que não reinternaram; Analisar a transição do cuidado dos pacientes
com COVID-19 com comorbidades que reinternaram e aqueles que não reinternaram.
Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, prospectivo, de abordagem quantitativa e
natureza analítica, realizado com pacientes reinternados por COVID-19 com comorbidades. A
coleta ocorreu de novembro de 2020 a maio de 2021, via ligação telefônica, foi aplicado
questionário sociodemográfico e de condições clínicas de saúde, bem como escala para avaliar
a transição do cuidado. Resultados: Apresentavam comorbidades 275 pacientes que tiveram
COVID-19, sendo: diabetes mellitus, hipertensão arterial, doença pulmonar obstrutiva crônica,
asma, doença renal crônica, insuficiência cardíaca congestiva, obesidade. Dessas 29 foram
reinternados, maioria homens (12,1%), entre 21 e 59 anos (10,1%), da raça branca (9,2%),
casados (11,2%), com escolaridade até a 4º série (15,6%), com renda abaixo de um salário
mínimo (20,6%). A renda individual foi a única variável do estudo que apresentou associação
estatística (p<0,01), sendo as reinternações relacionadas estatisticamente com a renda abaixo
de um salário mínimo. Com relação à transição do cuidado, os achados mostraram que pacientes
reinternados com comorbidades apresentaram média geral do CTM mais alta quando
comparados com aqueles que tiveram apenas uma internação. Considerações finais: O
presente estudo analisou as características de pessoas com comorbidades e as reinternações por
COVID-19, bem como a transição do cuidado. A renda baixa foi um fator que influenciou o
número de reinternações em pessoas com comorbidades. Conhecer essas características
contribui para atenção à saúde de pessoas acometidas por COVID-19. |