Aflição e cura na ponta da agulha: explorando intersecções entre tatuagens e processos terapêuticos em Curitiba

Abstract

Este trabalho tem o intuito de compreender como as tatuagens articulam o processo terapêutico para os sobreviventes de tentativa de suicídio. Sobretudo não que se refere ao uso da tatuagem como um meio de dar um novo sentido para as cicatrizes corporais indesejáveis ??decorrentes do ato. Busca-se entender como a tatuagem apresenta-se como uma alternativa para os indivíduos, oferecendo-lhes a possibilidade de uma fuga de suas narrativas verbais e não verbais a partir do ato de tatuar. Abordamos o tema sob duas perspectivas distintas: a partir daqueles que vivem a experiência de tentativa de suicídio; e do ponto de vista do tatuador como mediador do processo. Inicialmente, a pesquisa busca entender a partir das narrativas dos sobreviventes quais os sentidos atribuídos à experiência resultante do processo de escolha, concepção e obtenção da tatuagem como processo terapêutico. Em um segundo momento, em que nível os tatuadores participam do processo terapêutico das tatuagens; e como diferenciamos o processo de escolha do desenho/tatuagem entre aqueles que expressam propósitos terapêuticos da tatuagem e aqueles que não coincidem com a mesma motivação. Para tanto; a etnografia privilegia o convívio com os interlocutores no ambiente do estúdio em que ocorre a prática de tatuar.

Abstract: This paper aims to understand how tattoos articulate the therapeutic process for survivors of attempted suicide. Especially with regard to the use of tattoos as a means of giving a new meaning to the undesirable body scars resulting from the act. We seek to understand how tattooing presents itself as an alternative for individuals, offering them the possibility of a reconstruction of their verbal and non-verbal narratives from the act of tattooing. We approach the topic from two different perspectives: from those who experience attempted suicide; and from the point of view of the tattoo artist as a mediator of the process. Initially, the research seeks to understand from the survivors' narratives what meanings are attributed to the experience resulting from the process of choosing, designing and obtaining the tattoo as a therapeutic process. In a second moment, at what level do tattoo artists participate in the therapeutic process of tattoos; and how do they differentiate the process of choosing the design/tattoo between those who express therapeutic purposes of tattooing and those who do not share the same motivation. To this end, ethnography favors the interaction with the interlocutors in the studio environment where the practice of tattooing takes place