Mortalidade decorrente da combinação de baixos níveis de 25(OH)D e sintomas depressivos: evidências do English Longitudinal Study of Ageing

Abstract

Este trabalho investigou o risco de mortalidade a partir da combinação de sintomas depressivos e níveis séricos de 25(OH)D entre adultos mais velhos que vivem na comunidade. A pesquisa foi motivada considerando a prevalência tanto de depressão ? transtorno de humor que promove incapacidade ? quanto de níveis baixos de vitamina D coletados em idosos. Esses dois fatores, isoladamente, são preditores de aumento da mortalidade por todas as causas em idosos, mas o agravamento das duas condições associadas é pouco relatado. Para esta investigação foram utilizados dados do English Longitudinal Study of Ageing, uma coorte de adultos mais velhos que vivem na comunidade. Foi selecionado a onda 6 do estudo (2012-13), incluindo os participantes com idade =65 anos. Os sintomas depressivos foram classificados conforme a escala de rastreamento CES-D-8, com ponto de corte de =4 sintomas. A concentração de 25(OH)D sérica foi categorizada em <30 nmol/L, =30 e <50 nmol/L, e =50 nmol/L. Estas variáveis ??foram combinadas, buscando-se as seguintes categorias: sem depressão e 25(OH)D =50 nmol/L, com depressão e 25(OH)D =50 nmol/L, sem depressão e 25(OH)D =30 e <50 nmol/L, com depressão e 25(OH)D =30 e <50 nmol/L, sem depressão e 25(OH)D <30 nmol/L, e com depressão e 25(OH)D <30 nmol /EU. Na avaliação da mortalidade, o tempo de acompanhamento foi previsto em 48 meses, compreendendo o tempo entre a entrevista da onda 6, até o final do estudo ou óbito. Uma análise de Kaplan-Meier foi utilizada para estimar a probabilidade de sobrevivência. O risco de óbito foi investigado utilizando análise bruta e ajustada de Cox, segundo as características sociodemográficas, comportamentais e de saúde, considerando também a utilização de medicamentos e a estação do ano em que uma amostra biológica foi coletada. Os resultados mostraram que tanto os níveis baixos de vitamina D quanto os sintomas depressivos elevados foram independentemente associados ao risco de morte por todas as causas entre as pessoas mais idosas. Quando essas variáveis ??foram associadas, houve aumento no risco de óbito para todas as complicações. A ocorrência de =4 sintomas depressivos na combinação foi preditora de maior mortalidade, promovendo aumento de 2,17 no risco de morte (IC95%: 1,24-3,80) quando associado à concentração de 25(OH)D =50 nmol /L, e o dobro (IC95%: 1,15-3,46) na combinação com 25(OH)D <30 nmol/L. Estas descobertas sugerem que a manutenção dos níveis adequados de 25(OH)D e ainda o rastreamento e intervenção com tratamento da depressão entre os indivíduos mais velhos podem ter impacto positivo na prevenção da mortalidade por todas as causas.

Abstract: This work investigated the risk of mortality from the combination of depressive symptoms and serum 25(OH)D levels among older adults living in the community. The research was motivated considering the prevalence of both depression ? a mood disorder that promotes disability ? and low levels of vitamin D observed in elderly people. These two factors, alone, are predictors of increased mortality in the elderly, but the outcome of the two associated conditions is rarely reported. For this investigation we used data from the English Longitudinal Study of Ageing, a cohort of older adults living in the community. Wave 6 of the study (2012-13) was selected, including participants aged =65 years. Depressive symptoms were classified according to the CES-D-8 screening scale, with a cutoff point of =4 symptoms. Serum 25(OH)D concentration was categorized into <30 nmol/L, =30 and <50 nmol/L, and =50 nmol/L. The variables were combined, obtaining the following categories: without depression and 25(OH)D =50 nmol/L, with depression and 25(OH)D =50 nmol/L, without depression and 25(OH)D =30 and <50 nmol/L, with depression and 25(OH)D =30 and <50 nmol/L, without depression and 25(OH)D <30 nmol/L, and with depression and 25(OH)D <30 nmol/L. When assessing mortality, the follow-up time was established at 48 months, comprising the time between the wave 6 interview and the end of the study or death. Kaplan-Meier analysis was used to estimate survival probability. The risk of death was investigated using crude and adjusted Cox analysis, according to sociodemographic, behavioral and health characteristics, also considering the use of medications and the season in which the biological sample was collected. The results showed that both low vitamin D levels and elevated depressive symptoms were independently associated with increased risk of death from all causes among older people. When these variables were associated, there was an increased in the risk of death for all complications. The occurrence of =4 depressive symptoms in the combination was a predictor of higher mortality, promoting a 2,17 increase in the risk of death (95% CI: 1,24-3,80) when associated with a 25(OH)D concentration =50 nmol/L, and double (95% CI: 1,15-3,46) in combination with 25(OH)D <30 nmol/L. These findings suggest that maintaining adequate levels of 25(OH)D and also screening and intervention with treatment of depression among older individuals can have a positive impact on preventing mortality.