Concepção de revolução na filosofia política zapatista: uma interpretação

DSpace Repository

A- A A+

Concepção de revolução na filosofia política zapatista: uma interpretação

Show simple item record

dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.advisor Pinzani, Alessandro
dc.contributor.author Cisneros, Leandro Marcelo
dc.date.accessioned 2023-12-01T23:29:27Z
dc.date.available 2023-12-01T23:29:27Z
dc.date.issued 2023
dc.identifier.other 385154
dc.identifier.uri https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/252373
dc.description Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2023.
dc.description.abstract A presente tese de doutorado em Filosofia pesquisa documentos do zapatismo, produzidos e vindos a público desde 1993, principalmente assinados pelo Comitê Clandestino Revolucionário Indígena (CCRI), pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) e pelo Subcomandante Insurgente Marcos. Essa produção constitui um corpus conceitual de pensamento zapatista de caráter filosófico, sendo uma construção teórica de caráter original. Fazemo-lo, tentando não encaixotá-la em modelos teóricos forâneos e alheios. Assim, a partir de nossas referências teóricas, tentamos uma via de análise que coloque em evidência a voz e o pensamento próprio do zapatismo no seu conteúdo filosófico-político. Sabemos que isso acontece dentro de uma guerra epistêmica. Esta pesquisa sustenta que as/os zapatistas têm dado uma contribuição significativa para a filosofia política, com a definição conceitual e a implementação de princípios que balizam a definição de uma política emancipatória. Esta, por sua vez, propondo uma concepção de revolução. O que denominamos de filosofia política zapatista é um tipo de análise e reflexão crítica que propõe definições conceituais, princípios e critérios que ordenam e orientam a ação prática concreta, permitindo estruturar estratégias para resolver situações efetivas (imediatas ou de longo prazo). Essas formulações teórico-práticas visam à eficácia prática das ações, com seus fins e objetivos práticos, como também ao dever de respeitar os princípios ético-políticos que servem de fundamento. Essas elaborações teóricas surgem dentro de um contexto agônico, entre altos níveis de violência, simbólica e material, destinando-se a uma dimensão prática. A concepção de revolução das/os zapatistas pressupõe que a ação de revolucionar a realidade não se reduz a um único ato. Pois essa concepção de política emancipatória é pensada como um esforço de longo fôlego, contrariando a concepção de revolução, traduzida em insurreição?derrocada?reinstituição. Assim, a concepção de revolução, que deriva dessa política emancipatória, não se reduz a um big bang insurrecional. A atividade de revolucionar coincide com as ações da política emancipatória, pelo fato de estruturar o agora como sendo um tempo de um devir-outro. A concepção estudada neste trabalho se aproxima mais de uma revolução contínua da vida cotidiana. A principal tese deste trabalho é que essas formulações teórico-práticas têm sido elaboradas em processos coletivos de análise, debate e reflexão, surgidos da própria práxis política, justamente para orientá-la, formando um corpus teórico, que constitui uma específica filosofia política e uma ética zapatistas, que fundamentam uma política emancipatória, a qual contém uma concepção de revolução. Essa produção distancia o zapatismo de alguma versão de milenarismo fundamentalista. Este trabalho se propõe contribuir para o conhecimento e a discussão a respeito do fenômeno do zapatismo e seu impacto na realidade latino-americana, especialmente como subsídio para a reflexão filosófico-política e ética, pontualmente, no enfrentamento teórico e político do capitalismo neoliberal.
dc.description.abstract Abstract: This doctoral thesis in Philosophy researches Zapatista documents, produced and made public since 1993, mainly signed by the Clandestine Indigenous Revolutionary Committee (CCRI), the Zapatista National Liberation Army (EZLN) and the Subcomandante Insurgente Marcos. This production constitutes a conceptual corpus of Zapatista thought of a philosophical nature, being a theoretical construction of an original nature. We do this, trying not to box them into foreign and alien theoretical models. Thus, from our theoretical references, we attempt a path of analysis that highlights the own voice and thoughts of Zapatismo in its philosophical-political content. We know that this happens within an epistemic war. This research argues that the Zapatistas have made a significant contribution to political philosophy, with the conceptual definition and practical implementation of principles that guide the definition of an emancipatory politics. This, in turn, proposes a conception of revolution. What we call Zapatista political philosophy is a type of analysis and critical reflection that proposes conceptual definitions, principles and criteria, which order and guide concrete practical action, allowing them to structure strategies to resolve effective situations (immediate or long-term). These theoretical-practical formulations aim at the practical effectiveness of actions, with their practical ends and objectives, as well as the duty to respect the ethical-political principles that serve as their foundation. These theoretical elaborations arise within an agonal context, between high levels of violence, symbolic and material, aiming at a practical dimension. The Zapatistas' conception of revolution presupposes that the action of revolutionizing reality cannot be reduced to a single act. Therefore, this conception of emancipatory politics is thought of as a long-term effort, contradicting the conception of revolution, translated into: insurrection?overthrow?reinstitution. Thus, the conception of revolution, which they owe to this emancipatory policy, cannot be reduced to an insurrectionary big bang. The activity of revolution coincides with the actions of emancipatory politics, due to the fact that it structures the now as a time of becoming-other. The conception studied in this work is closer to a continuous revolution in everyday life. The main thesis of this work understands that these theoretical-practical formulations have been elaborated in collective processes of analysis, debate and reflection, arising from political praxis itself, precisely, to guide it, forming a theoretical corpus, which constitutes a specific political philosophy and a Zapatista ethic, which underpins an emancipatory policy, containing a conception of revolution. This production distances Zapatismo from some version of fundamentalist millenarianism. This work aims to contribute to knowledge and discussion regarding the phenomenon of Zapatismo and its impact on the Latin American reality, especially as a contribution to philosophical-political and ethical reflection, specifically, in the theoretical and political confrontation against neoliberal capitalism. en
dc.format.extent 159 p.
dc.language.iso por
dc.subject.classification Filosofia
dc.subject.classification Filosofia política
dc.subject.classification Revoluções
dc.title Concepção de revolução na filosofia política zapatista: uma interpretação
dc.type Tese (Doutorado)


Files in this item

Files Size Format View
PFIL0459-T.pdf 1.434Mb PDF View/Open

This item appears in the following Collection(s)

Show simple item record

Search DSpace


Browse

My Account

Statistics

Compartilhar