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A presente monografia tem como propósito aprofundar a compreensão do papel do trabalho
doméstico no agravamento das desigualdades, não apenas de gênero, mas também de raça e
classe. Esse tipo de trabalho foi moldado por uma ideologia patriarcal que, profundamente
enraizada, penetrou em nossos subconscientes, criando a expectativa de que as mulheres
deveriam cumprir seu "dever natural" de realizar este tipo de afazer. No contexto brasileiro,
combinado à opressão de gênero e classe, o legado do colonialismo nos deixou as cicatrizes
da escravidão, sendo as mulheres negras suas principais vítimas. São elas que, em nosso país,
desempenham a maior parte do trabalho doméstico, sofrendo, assim, o peso duplo da
opressão, na qual o patriarcado e o racismo, em território latino-americano, caminham juntos.
Diante desse cenário, e por meio de pesquisa bibliográfica e empírica, esta monografia
revisita a história da divisão sexual do trabalho, que relegou as mulheres à realização de um
tipo de trabalho invisibilizado. Em seguida, apresenta o conceito de interseccionalidade, de
modo a introduzir o fenômeno do racismo em nossa análise. A partir disso, por fim, revisita a
história desse tipo de trabalho no Brasil, para, em seguida, apresentar dados que evidenciam
a persistência do racismo em nossas estruturas sociais, apesar do transcurso de mais de 130
anos desde o fim da escravidão. O sistema capitalista explorou astuciosamente esse
mecanismo, permitindo a realização de um tipo de trabalho essencial para a reprodução e o
bem-estar da classe trabalhadora, sem o dispêndio de grandes investimentos. |
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The following monograph aims to deepen the understanding of the role of housework in
exacerbating not only gender inequalities but also racial and class disparities. This type of
work has been shaped by a deeply rooted patriarchal ideology that has penetrated our
subconscious, creating the expectation that women should fulfill their "natural duty" to
perform this kind of task. In the Brazilian context, combined with gender and class
oppression, the legacy of colonialism has left us with the scars of slavery, with Black women
as its primary victims. In our country, they perform the majority of housework, thus bearing
the double burden of oppression, in which patriarchy and racism in the Latin American
territory go hand in hand. Given this scenario, and through bibliographic and empirical
research, this monograph revisits the history of the sexual division of labor, which relegated
women to perform a type of work that goes largely unnoticed. It then introduces the concept
of intersectionality to incorporate the phenomenon of racism into our analysis. Finally, it
revisits the history of this type of work in Brazil and presents data that highlight the
persistence of racism in our social structures, despite more than 130 years having passed
since the end of slavery. The capitalist system has cunningly exploited this mechanism,
allowing for the performance of essential work for the reproduction and well-being of the
working class without significant investments. |
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