dc.contributor |
Universidade Federal de Santa Catarina |
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dc.contributor.advisor |
Dall'Agnol, Darlei |
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dc.contributor.author |
Rocha, Rafael Carneiro |
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dc.date.accessioned |
2023-12-04T23:30:01Z |
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dc.date.available |
2023-12-04T23:30:01Z |
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dc.date.issued |
2023 |
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dc.identifier.other |
385189 |
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dc.identifier.uri |
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/252419 |
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dc.description |
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2023. |
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dc.description.abstract |
Propomos ferramenta de análise para a filosofia da ação, enquanto disciplina filosoficamente interdisciplinar e propedêutica para investigações em ética normativa, constituída por duas questões em torno da estipulação da descrição relevante (ou razão para agir) da ação intencional: (1) a quem cabe atribuir razão para agir e (2) como se atribui razão para agir. Diferentes possibilidades de respostas dizem respeito, em nossa hipótese, a diferentes concepções de racionalidade e, neste trabalho, focamos em dois modelos, inspirados, respectivamente, nas filosofias da ação de Elizabeth Anscombe e Donald Davidson: modelo de racionalidade de primeira pessoa e modelo de racionalidade triangular. Elizabeth Anscombe procura lidar com o problema da estipulação da descrição relevante da ação intencional a partir do que consideramos como mobilização factual de vício ou virtude de agente. Em nossa ferramenta de análise, para Anscombe, a resposta sobre a quem compete atribuir razão para agir se localiza na autoatribuidora, enquanto o enunciado da ação intencional é feito a partir da possibilidade de verificação por terceiros. Porém, embora tenha certas vantagens teóricas, a estipulação da ação intencional do ponto de vista da primeira pessoa pode ser criticada pelo seguinte aspecto: logicamente, é possível que outrem atribua razão para agir que seja inconsciente, no instante da ação, à própria agente. A crítica à autoatribuição como mobilização de razão para agir pode ser feita a partir daquilo que interpretamos, historicamente, como um interesse de Wittgenstein e Donald Davidson por uma certa inovação conceitual, e não empírica, da psicanálise de Freud, isto é, o despontamento do inconsciente não como uma realidade, mas como uma nova gramática para descrições psicológicas. Desta maneira, a despeito de uma certa história da filosofia contemporânea da ação ter sugerido uma contraposição entre Wittgenstein e Davidson naquilo que se refere ao estatuto da explicação da ação intencional, propomos que não há oposição entre o anticausalismo wittgensteiniano e o causalismo davidsoniano. Davidson parte da própria ferramenta analítica de Anscombe, que permite diferentes possibilidades de descrição de ação, para acompanhar, de um ponto de vista lógico, a hipótese de Quine de que sentenças que contêm atitudes proposicionais, como crenças e desejos, constituem contextos intensionais que não salvaguardam verdade, quando aquelas diferentes descrições são possibilitadas. Porém, enquanto contextos intensionais em sentenças sobre ação, em Anscombe, interessam, do ponto de vista da substitutividade, como mobilização de fatos mais ou menos brutos; em Davidson, a interpretabilidade (e não a facticidade) é que desponta como recurso filosófico de enunciação da ação intencional. Desta maneira, de acordo com os requisitos que propomos de estipulação de ação intencional, em Davidson, sobre a quem cabe atribuir razão para agir, a resposta se localiza na triangulação, enquanto sobre como se estabelece a atribuição da ação intencional, a resposta se localiza na interpretação. Da nossa parte, esse modelo de racionalidade triangular desponta de maneira mais promissora para avanços numa filosofia da ação como investigação logicamente preliminar à investigação ética. |
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dc.description.abstract |
Abstract: We propose an analysis tool for the philosophy of action as a philosophically interdisciplinary and propaedeutic discipline for investigations in normative ethics.This tool consists of two questions regarding the stipulation of the relevant description (or reason for acting) of intentional action: (1) to whom does it fall to attribute a reason for action, and (2) how is a reason for action attributed. Different possible answers, in our hypothesis, rel ate to different conceptions of rationality, and in this work, we focus, respectively, on two models inspired by the philosophies of action of Elizabeth Anscombe and Donald Davidson: the first person rationality model and the triangular rationality model. Elizabeth Anscombe seeks to address the problem of stipulating the relevant description of intentional action through what we consider as the factual mobilization of the agent's vice or virtue. In our analysis tool, for Anscombe, the answer to who is respo nsible for attributing a reason for action lies in self attribution, while the statement of intentional action is made based on the possibility of verification by thi rd parties. However, despite certain theoretical advantages, stipulating intentional actio n from the first person perspective can be criticized for the following aspect: logically, it is possible for someone else to attribute a reason for action that is unconscious at the moment of action to the agent herself. The criticism of self attribution as the mobilization of a reason for action can be made from what we interpret historically as a conceptual, non empirical interest of Wittgenstein and Donald Davidson in Freud's psychoanalysis: the emergence of the unconscious not as a reality, but as a ne w grammar for psychological descriptions. Thus, despite a certain history of contemporary philosophy of action suggesting a contrast between Wittgenstein and Davidson regarding the status of the explanation of intentional action, we propose that there is n o opposition between Wittgenstein's anti causalism and Davidson's causalism. Davidson builds on Anscombe's analytical tool, which allows for different descriptions of action, to logically follow Quine's hypothesis that sentences containing propositional at titudes, such as beliefs and desires, constitute intensional contexts that do not preserve truth when those different descriptions are enabled. However, while intensional contexts in sentences about action in Anscombe's work concern mobilization of more or less brute facts, in Davidson's work, interpretability (rather than factuality) emerges as a philosophical resource for stating intentional action. In accordance with the stipulation requirements we propose for intentional action in Davidson, the responsi bility for attributing a reason for action lies in triangulation, whereas the establishment of how the attribution of intentional action is made rests in interpretation. From our perspective, this triangular rationality model appears more promising for adv ancements in a philosophy of action as a logically preliminary investigation to ethical inquiry. |
en |
dc.format.extent |
165 p. |
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dc.language.iso |
por |
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dc.subject.classification |
Filosofia |
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dc.subject.classification |
Interpretação |
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dc.subject.classification |
Atitude (Psicologia) |
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dc.subject.classification |
Razão prática |
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dc.title |
Sobre a atribuição da descrição relevante da ação intencional: quem a atribui e como? |
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dc.type |
Tese (Doutorado) |
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