Herbicidas para a cultura do milho: Controle de plantas daninhas e seletividade

Abstract

Dentre os produtos registrados para a cultura do milho, os mais utilizados são: atrazina, mesotriona, terbutilazina, nicosulfuron e tembotriona. Entretanto, a utilização contínua de uma mesma molécula de herbicida pode selecionar plantas daninhas resistentes, além disso, a utilização incorreta destas moléculas pode causar fitointoxicação e redução na produtividade da cultura do milho. Visando prevenir a resistência das plantas daninhas aos herbicidas e auxiliar no manejo das plantas daninhas resistentes, é comum no campo a prática da associação de diferentes herbicidas em tanque. Deste modo, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o controle das plantas daninhas e a seletividade para o milho após a aplicação dos herbicidas atrazina, tembotriona, mesotriona, nicosulfuron, terbutilazina, mesotriona + atrazina + nicosulfuron e mesotriona + atrazina isolados ou associados ao glyphosate na pós-emergência do milho. O experimento foi conduzido a campo, na área experimental da Universidade Federal de Santa Catarina – Campus Curitibanos, na safra 2022/2023. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com 15 tratamentos e 4 repetições, além de duas testemunhas sem aplicação de herbicida, uma com capina manual e outra sem. Os parâmetros avaliados foram: controle das plantas daninhas e fitointoxicação das plantas de milho aos 7, 15 e 30 dias após a aplicação, estande, número de espigas por planta, número de grãos por espiga, massa de cem grãos e produtividade. Para controle, os menores valores foram obtidos aos 7 e 15 dias após a aplicação com o herbicida nicosulfuron isolado. Para controle de caruru, todos os herbicidas promoveram controle semelhante à testemunha capinada aos 30 dias após a aplicação. Para controle de leiteiro, os herbicidas atrazina, terbutilizana, [mesotriona + atrazina + nicosulfuron] e [mesotriona + atrazina] aplicados isolados e as associações entre glyphosate + atrazina, glyphosate + terbutilazina e glyphosate + nicosulfuron promoveram bom controle, não se diferindo estatisticamente da testemunha capinada aos 30 dias após a aplicação. Para corda-de-viola, apenas os herbicidas tembotriona e nicosulfuron aplicados isolados promoveram controle inferior a 80% aos 30 dias após a aplicação. Para tiririca, os melhores controles aos 30 após a aplicação foram observados com os tratamentos de herbicidas que tiveram associação com o glyphosate. Os maiores sintomas de fitointoxicação foram observados nos tratamentos contendo herbicidas do grupo químico das triazinas. Os herbicidas aplicados não afetaram os componentes de rendimento do híbrido Dekalb (DKB 230 PRO4). Observou-se que a interferência das plantas daninhas no milho gerou uma redução de 37,2% na produtividade da cultura. Todavia, quando foi realizada a aplicação de herbicidas a produtividade foi semelhante à testemunha capinada.