Secretoma de células estromais mesenquimais para o tratamento de alopecia: uma revisão sistemática de estudos pré-clínicos e clínicos

Abstract

A alopecia afeta os folículos pilosos, causa a perda dos pelos e cabelos, sendo responsável por complicações psicossociais. Apesar dos extensos esforços de pesquisa, encontrar tratamentos eficazes para a alopecia continua sendo um desafio. Uma possível alternativa no cenário da medicina regenerativa é a utilização do secretoma derivado de células estromais mesenquimais (CEM), evitando, assim, complicações como rejeição e formação de tumores. O secretoma de CEM engloba uma gama diversificada de moléculas bioativas com propriedades regenerativas e imunomoduladoras, oferecendo uma abordagem promissora para o tratamento da alopecia. No entanto, ainda faltam evidências para resumir a eficácia do secretoma das CEM no tratamento da queda de cabelo. Portanto, nosso objetivo é realizar uma revisão sistemática para identificar a evidência científica da eficácia do tratamento baseado no secretoma derivado de CEM para o tratamento de alopecia, analisando estudos pré-clínicos e clínicos. Uma pesquisa bibliográfica foi realizada em sete bases de dados e literatura cinza desde o início até outubro de 2021 (Medline/Pubmed, Embase, Lilacs, Scopus, Web of Science, CabAbstract, Livivo, Google Scholar, OpenGray e ProQuest), resultando em um total de 5.398 registros. Após a triagem, 10 estudos pré-clínicos e 6 estudos clínicos preencheram os critérios de inclusão para análise. Apenas estudos que compararam grupos de tratamento com secretoma de CEM com grupos de controle não tratados ou com veículo ou minoxidil foram incluídos. Os resultados revelaram que todos os estudos incluídos foram conduzidos em países asiáticos, em que a publicação mais antiga foi de 2010. A heterogeneidade entre os estudos foi observada em termos de modelos animais, tipos de distúrbios de perda de cabelo, fontes de CEM para produção de secretoma, métodos, doses e frequência de administração. Em relação aos resultados avaliados, a maioria dos estudos pré-clínicos e clínicos indicou que o tratamento com secretoma de CEM promove o crescimento do cabelo e aumenta a densidade do cabelo, respectivamente. Além disso, estudos pré-clínicos concluíram que o tratamento induz a angiogênese e promove a transição para a fase anágena do folículo piloso. Em conclusão, embora haja necessidade de relatórios claros em estudos futuros e um tamanho de amostra maior em estudos pré-clínicos e clínicos, os resultados sugerem um papel terapêutico para CEM no tratamento de distúrbios de perda de cabelo. Esses achados fornecem suporte para o uso de CEM em futuros ensaios clínicos para pacientes com alopecia.

Abstract: Alopecia affects the hair follicles, causes hair loss and is responsible for psychosocial complications. Despite extensive research efforts, finding effective treatments for alopecia remains a challenge. An alternative in the scenario of regenerative medicine is the use of secretome derived from mesenchymal stromal cells (MSC), thus avoiding complications such as rejection and tumor formation. The MSC secretome encompasses a diverse range of bioactive molecules with regenerative and immunomodulatory properties, offering a promising approach for the treatment of alopecia. However, evidence is still lacking to summarize the effectiveness of MSC secretome in treating hair loss. Therefore, this review aims to provide a comprehensive overview of the current evidence regarding the therapeutic potential of MSC secretome-based interventions for hair growth, by analyzing preclinical (rodent) and clinical studies. A literature search was conducted in 7 databases and gray literature from inception to October 2021 (Medline/Pubmed, Embase, Lilacs, Scopus, Web of Science, CabAbstract, Livivo, Google Scholar, OpenGray e ProQuest), resulting in a total of 5,398 records. After screening, 10 preclinical studies and 6 clinical studies met the inclusion criteria for analysis. Only studies that compared MSC secretome treatment groups with untreated or vehicle or minoxidil control groups were included. The results revealed that all included studies were conducted in Asian countries, since 2010. Heterogeneity among the studies was observed in terms of animal models, types of hair loss disorders, MSC sources for secretome production, methods, doses, and frequency of administration. Regarding the evaluated outcomes, the majority of preclinical and clinical studies indicated that treatment with MSC secretome promotes hair growth and increases hair density, respectively. Furthermore, preclinical studies showed that the treatment induces angiogenesis and promotes the transition to the anagen phase of the hair follicle. In conclusion, although there is a need for transparent reporting in future studies and a larger sample size in both preclinical and clinical studies, the results suggest a therapeutic role for MSC in the treatment of hair loss disorders. These findings provide support for the use of MSC in future clinical trials for patients with alopecia