Title: | Expressão da esclerostina na Displasia Fibrosa: correlação com dados patológicos |
Author: | Claudio, Thiago Pires |
Abstract: |
A Displasia Fibrosa (DF) faz parte do grupo das lesões fibro-ósseas benignas (LFOBs) e é considerada uma alteração do desenvolvimento. Diversos mecanismos já foram explorados em relação a etiologia das LFOBs, mas pouco se sabe sobre o papel de proteínas ditas como específicas do osso no desenvolvimento e progressão destas lesões. A proteína esclerostina é considerada um regulador da remodelação óssea, sendo caracterizada como o mais potente inibidor da formação óssea. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a imunoexpressão da esclerostina na DF e correlacionar com dados clínico-patológicos. Foi realizado um estudo transversal com biópsias do Biobanco do Laboratório de Patologia Bucal (LPB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Cortes histológicos foram utilizados para análise histoquímica, visando a avaliação espacial das trabéculas ósseas presentes na lesão, e imunohistoquímica (IHQ) para avaliação da expressão da esclerostina. Lâminas coradas em Tricômico de Mallory foram avaliadas por um método semiautomatizado de segmentação das estruturas ósseas, seguida pela esqueletonização. A expressão da esclerostina foi avaliada da seguinte forma: imunolocalização das células marcadas e intensidade da marcação, seguida da classificação por scores. Também, foi obtido escore ponderado, sendo o valor dividido pela área tecidual analisada (mm2). Depois da realização da IHQ, foi realizada outra técnica histoquímica, pela coloração em Azul de Toluidina. Dados clínicos dos pacientes foram obtidos das fichas de biópsias. Como resultados, foram avaliados ao todo 10 casos de DF, sendo 5 em pacientes do sexo masculino e 5 do sexo feminino. No total, 14 biópsias foram avaliadas nestes 10 indivíduos. As células marcadas para esclerostina estavam presentes no componente fibroso, mostrando um fenótipo semelhante aos mastócitos, com a marcação positiva do tipo dots ou grânulos, dispersos pelo citoplasma. Por vezes, era possível identificar que estas células marcadas estavam próximas aos espaços vasculares. Esta semelhança fenotípica com os mastócitos foi confirmada com a coloração de azul de toluidina, que revelou células com núcleo azulado e citoplasma arroxeado, mostrando grânulos em diferentes tons variando do rosa ao arroxeado. Ainda sobre a esclerostina, a maior parte das células positivas não estava em íntimo contato com o componente ósseo. Em algumas biópsias foi possível observar que as células marcadas, ora apresentavam-se dispersas de forma individual, ora formando pequenos clusters. As células marcadas foram vistas em ambos os tipos de conjuntivo, tanto àquele mais denso quanto mais frouxo. Dois casos mostraram positividade para osteócitos. Foi evidenciada a expressão da esclerostina em oito biópsias com score 0 (57,1%), seguido de uma biópsia com score 1 (7,1%), nenhuma com score 2 e 5 biópsias com score 3 (35,8%). Não houve correlação entre nenhum dos parâmetros relacionados à organização espacial trabecular e os escores da expressão da esclerostina. Conclui-se que a proteína esclerostina foi encontrada em aproximadamente metade dos casos de displasia fibrosa, principalmente no componente tecidual fibroso. As células positivas para expressão desta proteína revelaram morfologia semelhante à dos mastócitos, e em sua maioria, estavam com íntimo contato com os espaços vasculares e apresentaram-se ora individualmente, ora formando pequenos aglomerados. Fibro-osseous lesions (FOLs) of the gnathic bones are characterized as a group of diseases with the substitution of the bone component by fibrous tissue. Fibrous Dysplasia (FD) is a developmental disease included in this group. Many mechanisms were already explored related to the etiology of these diseases, although little is known about the role of bone proteins in the development or progression of these lesions. Sclerostin is a protein considered a major regulator of bone remodeling, also known as the most potent inhibitor of bone formation. In this way, the aim of this study was to evaluate sclerostin immunoexpression in FD and to identify any correlations with the clinical-pathological data. A cross-sectional study was conducted on biopsies from the biobank of the Federal University of Santa Catarina. Histological sections were used for both histochemistry and immunohistochemistry. Histological slides were stained in Mallory trichrome for evaluation of the trabeculae spatial organization through a semi-automatic segmentation method for skeletonization. Sclerostin expression was analyzed, as follows: the location and number of positive cells, followed by the intensity of the immunostaining for score classification. In addition, a calibrated score was calculated and divided by the lesional area analyzed (mm2). A complementary stain with toluidine blue was also performed. Clinical data was obtained from the biopsy files. A total of 10 patients were evaluated, 5 male and 5 female, with a total of fourteen biopsies. Positive cells were found at the fibrous component, revealing a phenotypic similarity to the mast cells, with immunostaining revealing dots and granules within the cytosol. These positive cells were close to the vascular spaces. The phenotypic resemblance was confirmed by the toluidine blue stain revealing that the same positive cells showed a blue nucleus and a pinkish to purplish cytosol. Still, regarding the sclerostin expression, most of the positive cells were not in the vicinity of the bone component. These positive cells were found to be sometimes isolated and sometimes forming clusters in both fibrous stroma, dense and loose. Two cases revealed positivity for the osteocytes. Eight biopsies revealed no sclerostin expression (57.1%), followed by one with a score of 1 (7.1%), none with a score of 2, and 5 with a score of 3 (35.8%). There was no significant correlation between sclerostin expression and the trabeculae parameters. In conclusion, sclerostin was expressed in almost half of the cases of Fibrous Dysplasia, mostly at the fibrous stroma. The positive cells reveal a similar morphology to the mast cells, and most of them were in intimate contact with the vascular spaces, sometimes isolated and sometimes forming clusters. |
Description: | TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Odontologia. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/252738 |
Date: | 2023-10-30 |
Files | Size | Format | View |
---|---|---|---|
Embardo_ThiagoPires.pdf | 210.6Kb |
View/ |
|
TCC_ThiagoPires_Final.pdf | 2.146Mb |
View/ |