A Nova Rota da Seda: uma análise sobre o interesse chinês no continente africano

Abstract

A Nova Rota da Seda, ou Belt and Road Iniciative (BRI), foi divulgada por Xi Jinping em 2013 e trata-se de uma das principais iniciativas recentes promovidas por um Estado buscando impulsionar sua inserção no sistema internacional. As relações entre a China e a África vêm se estreitando, principalmente desde o final do século passado e início do atual, quando, como consequência das profundas reformas realizadas por Deng Xiaoping a partir de 1978, o gigante asiático passou a ter uma postura diplomática mais ativa, uma maior inserção em organizações multilaterais e a ampliar seus investimentos externos, culminando na BRI e no posicionamento da África como uma peça central em sua política externa. Isso posto, o presente estudo analisa o interesse chinês pela África através da ótica da BRI. Para tal, faz-se um sucinto retrospecto desde o período das humilhações e o estabelecimento da República Popular da China (RPC), em 1949. Também são abordadas as reformas e abertura comercial de Deng e a subsequente inserção internacional da China no final do século XX. Posteriormente, aborda-se sobre seu reposicionamento na Economia-Mundo Capitalista até a BRI, chegando a um retrospecto das relações sino-africanas desde o estabelecimento da RPC e a efetiva inserção da África na Nova Rota da Seda. Também são explicitados os interesses chineses no continente, que são pautados principalmente no extrativismo e poder energético, mas também políticos, de segurança e ideológicos e, por fim, os principais projetos relacionados à BRI e os países-chave africanos para a iniciativa, além da exposição de adicionais oportunidades e desafios para a BRI naquele continente.

The New Silk Road, or Belt and Road Initiative (BRI), was announced by Xi Jinping in 2013 and is one of the main recent initiatives promoted by a state seeking to further its insertion in the international system. The relations between China and Africa have been strengthening, especially since the end of the last century and beginning of the current century when, as a consequence of the profound reforms carried out by Deng Xiaoping from 1978, the Asian giant began to adopt a more active diplomatic stance, have greater insertion in multilateral organizations and to expand its external investments, culminating in the BRI and the positioning of Africa as a central piece in its foreign policy. That said, this study analyzes Chinese interest in Africa through the lens of the BRI. To this end, a brief retrospective is made from the period of humiliation and the establishment of the People's Republic of China (PRC) in 1949. Deng's reforms and commercial opening and the subsequent international insertion of China at the end of the 20th century are also discussed. Subsequently, it discusses its repositioning in the Capitalist World Economy until the BRI, reaching a retrospective of Sino-African relations since the establishment of the PRC and the effective insertion of Africa in the New Silk Road. Chinese interests in the continent are also explained, which are mainly based on extractivism and energy power, but also political, security and ideological and, finally, the main projects related to the BRI and the key African countries for the initiative, in addition to the exposure of additional opportunities and challenges for the BRI on that continent.