Caracterização da capacidade antioxidante da dieta de corredores do sexo masculino participantes de um ensaio clínico

Abstract

Introdução: A Capacidade Antioxidante da dieta (CAd) é um parâmetro importante na avaliação da ingestão alimentar de atletas corredores, uma vez que as substâncias antioxidantes exógenas contribuem com a proteção do organismo contra espécies reativas de oxigênio (EROs) produzidas durante o exercício físico. Objetivo: Caracterizar a CAd de corredores treinados do sexo masculino participantes de um ensaio clínico. Métodos: Vinte participantes foram selecionados por conveniência. Foram coletados dados sociodemográficos, de treinamento, de composição corporal e de consumo alimentar. A avaliação da composição corporal foi realizada por meio da Densitometria Computadorizada por Absorciometria Radiológica de Dupla Energia. O consumo alimentar foi coletado por meio de três registros alimentares de dias não consecutivos, sendo dois de dias de semana e um de fim de semana, para avaliar a ingestão energética, de macronutrientes, de vitaminas antioxidantes, fibras, água e CAd. A CAd foi avaliada a partir do banco de dados desenvolvido por Carlsen et al. (2010). Resultados: A mediana da idade dos participantes do estudo foi 29,5 anos, a porcentagem de gordura corporal foi 13,4%, o volume de treinamento de corrida foi 42,5 km/semana e o tempo de treinamento foi de 6,5 horas/semana. O consumo energético correspondeu a 38,8 kcal/kg/dia, a ingestão de carboidratos a 4,4 g/kg/dia, a ingestão proteica a 2,1 g/kg/dia e a ingestão de lipídios a 1,1 g/kg/dia. A vitamina A resultou em uma mediana de 441,5 RE/dia, a vitamina C em 100,5 mg/dia e a vitamina E, 3,9 mg/dia. A ingestão hídrica foi 2,5 L/dia e a ingestão de fibras 28,8 g/dia. Os resultados revelaram que a média da CAd foi de 5,5 mmol/1.000 kcal. A ingestão de bebidas (53,4%), frutas roxas (12,2%), frutas e suco de frutas (11,8%) e vegetais (5,4%), respectivamente, correspondeu aos grupos alimentares que contribuíram com maior quantidade de antioxidantes dietéticos. Conclusão: Dos 24 grupos avaliados, 21 contribuíram para a presença de antioxidantes na dieta. O grupo das bebidas apresentou maior contribuição com CAd na amostra estudada, com destaque ao café. Os dados deste estudo podem auxiliar na realização de futuros trabalhos com corredores, sendo um estudo propulsor para futuras pesquisas e possibilitador de novas hipóteses de investigação.

Introduction: Dietary Antioxidant Capacity (DAC) is an important parameter in evaluating the dietary intake of runner athletes since exogenous antioxidant substances impair the body's protection against reactive oxygen species (ROS) produced during physical exercise. Objective: Characterize the DAC of trained male runners participants in a clinical trial. Methods: Twenty participants were selected by convenience. Sociodemographic, training, body composition and food consumption data were collected. The assessment of body composition was measured using Computerized Densitometry by Dual Energy Radiological Absorptiometry. Food intake was collected through three food records on non-consecutive days, two on weekdays and one on weekends, to assess energy intake, macronutrients, antioxidant vitamins, fiber, water and DAC. DAC was evaluated based on the database developed by Carlsen et al (2010). Results: The median age of study participants was 29.5 years, body fat percentage was 13.4%, running training volume was 42.5 km/week, and training time was 6.5 hours/week. Energy consumption corresponded to 38.8 kcal/kg/day, carbohydrate intake to 4.4 g/kg/day, protein intake to 2.1 g/kg/day, and fat intake to 1.1 g/kg/day. Vitamin A resulted in a median of 441.5 RE/day, vitamin C in 100.5 mg/day, and vitamin E, 3.9 mg/day. The results revealed that the average DAC was 5.5 mmol/1,000 kcal. The intake of beverages (53.4%), berries (12.2%), fruits and fruit juice (11.8%) and vegetables (5.4%), respectively, corresponded to the food groups that contributed a greater amount of dietary antioxidants. Conclusion: 21 of the 24 groups evaluated contributed to the presence of antioxidants in the diet. The beverage group presented the greatest contribution to DAC in the sample studied, emphasizing coffee as the main contributor. The data presented can help in future work with runners, being a driving study for future research and enabling new research hypotheses.