Associação entre adesão ao padrão dietético Dash e fatores de risco cardiovascular em crianças e adolescentes com cardiopatia congênita

Abstract

Resumo Introdução: Nas últimas décadas, a maior adesão à dieta DASH demonstrou ser um aliado significativo no tratamento e prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, conforme estudos conduzidos em diferentes tipos de populações. Entretanto, essas investigações ainda não foram direcionadas a crianças com cardiopatia congênita. Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre a adesão à dieta DASH e os fatores de risco cardiovascular em crianças e adolescentes com cardiopatia congênita. Métodos: O estudo é caracterizado como transversal e foi realizado com crianças e adolescentes com cardiopatia congênita entre 5 e 18 anos de idade. O consumo alimentar foi obtido por meio do questionário de frequência alimentar (QFA) e, posteriormente, foi calculado o nível de adesão à dieta DASH para obtenção do escore total. Os seguintes componentes cardiometabólicos foram coletados: colesterol, triglicerídeos, glicemia em jejum, proteína C-reativa (PCR), e circunferência da cintura (CC). O teste de Spearman foi utilizado para calcular a correlação. O valor de P<0,005 foi considerado significativo. Resultados: Foram incluídas 109 crianças e adolescentes, cuja idade média foi de 13,05 anos. Observou-se baixa adesão da população do estudo a dieta DASH (mediana 31; intervalo interquartil [25;36;5], evidenciado também pela pontuação média 31 pontos, mesmo no tercil de maior adesão. Além disso, não foi constatado correlação entre dieta DASH e impactos nos fatores de risco cardiovascular. Conclusão: o estudo demonstrou uma considerável falta de adesão à dieta DASH em crianças e adolescentes com cardiopatia congênita, destacando a necessidade de intervenções para promoção de hábitos alimentares saudáveis desde a infância.

Background: Over the past few decades, adherence to the DASH diet has proven significant in both the treatment and prevention of non-communicable chronic diseases. There have been numerous studies in different populations; however, these investigations have not yet been directed towards children with congenital heart disease (CHD). Aims: This study aimed to assess the association between adherence to the DASH diet and cardiovascular risk factors in children and adolescents with CHD. Methods: A cross-sectional analysis of children and adolescents aged 5-18 years was conducted. Dietary intake was evaluated using a Food Frequency Questionnaire (FFQ) and adherence to the DASH diet was calculated. Data on cholesterol, triglycerides, fasting glucose, blood pressure, C-reactive protein, and waist circumference were collected. Correlation was evaluated using Spearman’s test. P<0,05 was considered significant. Results: A total of 109 children and adolescents with a median age 13,05 years. A low overall adherence of children to the DASH diet was observed (median 31; interquartile range [25;36.5]. This was evidenced by the relatively low average score, which did not exceed 31 points, even in the tertile with the highest adherence. DASH diet and cardiovascular risk factors were not correlated. Conclusion: This study revealed a lack of adherence to a healthy eating pattern among children with CHD, highlighting the need for interventions to promote healthy eating habits from childhood.