A influência do fenótipo gengival nos parâmetros de saúde peri-implantar em edêntulos totais reabilitados com overdentures mandibulares: um estudo clínico prospectivo

Abstract

Objetivo: Avaliar o papel do fenótipo gengival nos parâmetros de saúde peri-implantar em torno de implantes de nível de tecido mole em pacientes tratados com overdentures mandibulares. Materiais e Métodos: Vinte e sete pacientes edêntulos receberam 2 ou 4 implantes na mandíbula para reter uma overdenture. O fenótipo gengival (largura e espessura da mucosa queratinizada [KG]) foi avaliado antes da cirurgia. Os dados foram correlacionados com o Índice de Placa [PS], Sangramento à Sondagem [BoP], Profundidade de Sondagem [PD] e Margem da Mucosa Peri-Implantar [ML] no início e 4 anos após o carregamento, e posteriormente estratificados de acordo com a região da mandíbula (anterior/posterior). O coeficiente de correlação de Spearman e os testes de Shapiro Wilk, Wilcoxon, Levene e U de Mann-Whitney foram utilizados para análise estatística (p<0,05). Resultados: Os dados de 15 pacientes (n= 46 implantes) foram avaliados no seguimento de 4 anos. As médias gerais da largura vestíbulo-lingual do KG e da espessura do tecido mole foram 5,26 ± 1,95 mm e 2,21 ± 1,05 mm, respectivamente. A prevalência geral de mucosite peri-implantar variou de 80,5% a 90,4% no início e 4 anos, respectivamente. Independentemente da região do implante, o fenótipo gengival mostrou uma correlação significativa com o ML lingual na linha de base, enquanto na região posterior foi observada uma correlação significativa entre a espessura do tecido mole com o ML vestibular e PD aos 4 anos (p = 0,011). Não houve correlação significativa para nenhum outro parâmetro peri-implante em até 4 anos de acompanhamento na avaliação geral (n=46). Conclusão: No geral, o fenótipo gengival não influenciou os parâmetros de saúde peri-implantar a médio prazo que justificaria a escassez ou ausência de KG como fator de risco para mucosite ao redor de implantes em nível de tecido mole.

Abstract: Aim: To evaluate the role of the gingival phenotype on peri-implant health parameters around soft tissue-level implants in patients treated with mandibular overdentures. Materials and Methods: Twenty-seven edentulous patients received 2 or 4 implants in the mandible to retain an overdenture. Gingival phenotype (width and thickness of keratinized mucosa [KG]) was assessed before surgery. Data were correlated with Plaque Index [PS], Bleeding on Probing [BoP], Probing Depth [PD] and Peri-Implant Mucosal Margin [ML] at baseline and 4 years after loading, and later stratified according to the region of the mandible (anterior/posterior). Spearman`s correlation coefficient and Shapiro Wilk, Wilcoxon, Levene and Mann-Whitney U tests were used for statistical analysis (p<0.05). Results: Data from 15 patients (n= 46 implants) were assessed at the 4-years follow-up. The overall means of bucco-lingual width of KG and of the soft tissue thickness were 5.26 ± 1.95 mm and 2.21 ± 1.05mm, respectively. Overall prevalence of peri-implant mucositis ranged from 80.5% to 90.4% at baseline and 4-years, respectively. Regardless of the implant region, gingival phenotype showed a significant correlation with the lingual ML at baseline, whereas in the posterior region a significant correlation was observed between the soft tissue thickness with the buccal ML and PD at 4 years (p=0.011). There was no significant correlation for any other peri-implant parameter at up to 4 years of follow-up in the overall assessment (n=46).Conclusion: Overall, the gingival phenotype did not influence the mid-term peri-implant health parameters that would justify the scarcity or absence of KG as a risk factor for mucositis around soft tissue level implants.